
Em uma entrevista comovente ao Fantástico neste domingo (10), Gilberto Gil falou sobre a dor de perder a filha, Preta Gil, que faleceu no dia 20 de julho após uma batalha contra o câncer de intestino. Mas, mais do que a saudade, o cantor trouxe uma reflexão rara sobre como o luto se transforma quando a morte é anunciada, em comparação com a perda abrupta de seu filho Pedro, em 1990, aos 20 anos, vítima de um acidente de carro.
“Com Preta, nós tivemos tempo de irmos nos acostumando com a ideia. O diagnóstico dela foi muito duro desde o início, as expectativas de cura eram pequenas”, disse. “Já com Pedro, foi um golpe seco. Na época, me pronunciei quase como uma queixa: ‘Poxa vida, os meninos nascem para enterrar a gente, fica esquisito a gente ter que enterrar os filhos'”, lembrou.
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Enquanto a morte de Pedro foi um rompimento violento e inesperado, a jornada de Preta, segundo Gil, trouxe lições sobre aceitação e presença. Ele relembrou os últimos meses da filha nos EUA, onde ela continuou o tratamento cercada pela família: “Ela resolviu ir dentro desse contexto extraordinário de empenho, de amor à vida, de apego no sentido mais benigno da palavra. Então esses últimos tempos nos Estados Unidos foram disso, de acompanhá-la, de cercá-la do maior conforto possível”, afirmou
Gil destacou ainda a personalidade animada e positiva de Preta, que mesmo diante da doença insistia: “Vai cantar, vamos embora”. “Ela era talvez a mais espevitada de todos os filhos. Uma menina que nos ensinou muito”, disse.
Questionado sobre como levará a saudade para os shows, sua turnê ‘Tempo Rei’ retoma em 5 de setembro, em Porto Alegre, Gil evitou prometer homenagens grandiosas, mas não descartou gestos espontâneos: “Às vezes penso em inventar algo diferente, mas acho que o show já carrega ela. Se vier um ímpeto, farei um pedacinho só para ela.”
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