Um ator em um estúdio improvisado e uma equipe fazem o exercício ficcional de recriar fragmentos da trajetória do escritor Afonso Henrique de Lima Barreto. Deste modo, e sem compromisso com a cronologia dos fatos, a Cia. Os Crespos abriu, na última quinta-feira (11), a temporada do espetáculo “A Solidão do Feio“, no Sesc Pinheiros, na capital paulista. Com apresentações de quinta à sábado, sempre às 20h, o espetáculo estará em cartaz até 09 de fevereiro.
Sob direção de Gabi Costa, o ator Sidney Santiago, interpreta o escritor e também assina a dramaturgia. O monólogo parte de um velório na parte externa da unidade do Sesc, e passeia por diferentes gêneros teatrais, para dar contornos de herói nacional à Lima Barreto.
Notícias Relacionadas
Denzel Washington se torna o ator negro mais indicado ao Globo de Ouro; veja os filmes que marcaram sua trajetória
A$AP Rocky será a estrela do novo filme de Spike Lee, ao lado de Denzel Washington
“Quando penso em Lima Barreto, penso em recontar a história de um homem insubmisso, que pensou o seu tempo e o seu país em profundidade”, afirma Sidney.
Em direção compartilhada com a atriz Gabi Costa, Sidney, cujos estudos sobre o romancista remontam 2009, escolheu ampliar a representação do autor, ao sair da biografia comum, que reduz Lima ao homem negro, literato que foi parar no sanatório por problemas com bebida.
“A Solidão do Feio é o nosso diário aberto de possibilidades para a existência de Lima Barreto. É o nosso e-mail salvo em rascunhos, que sempre que é revisitado, abre uma nova porta”, explica a diretora.
O personagem, é contado em primeira pessoa com suas certezas, contradições e sonhos de futuro. O monólogo integra uma trilogia da Cia Os Crespos, intitulada “Masculinidade & Negritude”, que leva o legado político, artístico e cultural de homens negros aos palcos.
Assim como Lima Barreto, João Francisco dos Santos (Madame Satã), e Benjamim de Oliveira são os nomes escolhidos desta cartografia coordenada por Sidney Santiago Kuanza.
Lima Barreto
Importante escritor, jornalista e cartógrafo afro-brasileiro. Sua obra está impregnada de fatos históricos e de uma perspectiva negra diante das evoluções e retrocessos políticos do Brasil. A escravidão, do racismo estrutural e as desigualdades sempre estiveram em suas páginas. Lima foi um pensador do seu tempo e de sua terra. Deixou obras célebres da literatura brasileira: “Recordações do escrivão Isaías Caminha” (1909), “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (1911), “Clara dos Anjos” (1948), entre outras.
Serviço
“A Solidão do Feio”
Temporada de 11 janeiro à 09 de fevereiro de 2024*,
*Dia 25/01 (feriado) não haverá apresentação
Quinta à sábado, às 20h | Sexta-feira, 09/02, às 19h
Ingressos: R$ 12 (credencial plena), R$ 20 (meia) R$ 40 (inteira)
Duração: 80 minutos | Classificação: 14 anos
Sesc Pinheiros – Auditório (3º andar)
Notícias Recentes
Câmara de Salvador aprova projeto para adaptar capelos de formatura a cabelos afro
Dicas de desapego e decoração ancestral para o fim de ano com a personal organizer Cora Fernandes