Em comemoração ao Julho das Pretas, o Bitonga Travel, coletivo de negras viajantes, lançará um curta-metragem que protagoniza e visibiliza mulheres negras no turismo brasileiro, “Pertencimento é Liberdade”. O filme será lançado no dia 6 de julho, às 19h, no Dida Bar restaurante, local reconhecido como reduto da comunidade negra no Rio de Janeiro e referência em culinária africana.

Tendo a viagem como ato de liberdade, visibilidade, conexão e pertencimento, 25 mulheres negras com idades entre 21 e 70 anos, de diferentes partes do Brasil, embarcaram em uma viagem para Colômbia, ansiosas para viverem uma experiência afro colombiana no Festival Petronio Alvaréz, em Cali. Juntas, elas viveram uma experiência transformadora de conexão, saberes e ancestralidade. Cheio de vida, emoção e cores, o curta-metragem mostra uma verdadeira jornada de transformação e liberdade vivida por cada participante.

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“Difícil descrever a viagem para Colômbia, foram tantas sensações e experiências que definir em poucas palavras parece algo impossível. Talvez possa definir como reencontro, conexão. Ir pra Colômbia, especificamente à Cali, uma cidade negra parecida com a minha cidade, Salvador, trouxe a sensação de casa. Era como se estivesse indo visitar um familiar. Pessoas acolhedoras, sorridentes, com uma gastronomia rica e musicalidade que define bem nosso legado afrodiaspórico. Estar com outras mulheres negras do Brasil foi o ápice da viagem, para além de ir a um destino incrível com tanta familiaridade. Estarmos juntas é estarmos fortes”, explica Joyce Santos, integrante do coletivo Bitonga Travel e do grupo que visitou o país da América Latina.

A Bitonga Travel atua há 5 anos na promoção e visibilidade de mulheres negras em suas jornadas e movimentos pelo mundo, trazendo ao debate a falta de representatividade negra no setor do turismo.

“O coletivo bem fez me reconectar com minha profissional, eu como turismóloga me via sempre questionando várias situações e me sentia sozinha, conhecer o coletivo deu sentido às minhas indagações e me fez perceber que não estava só, estamos apenas espalhadas”, conta Joyce.

“A partir das narrativas do coletivo transformei minhas inquietações em projeto de pesquisa, e se hoje estou no mestrado em educação é porque o coletivo existe. Provocar e questionar o turismo na academia mostrando nossas potências e como este espaço reproduz as mesmas opressões da sociedade, é minha forma de colaborar por um turismo mais inclusivo e diverso”, acrescenta.

Enaltecer e compartilhar essas histórias pode inspirar mais mulheres negras a percorrer o mundo, promovendo a diversidade e a inclusão no turismo global. Além disso, o curta-metragem serve como uma ferramenta poderosa de empoderamento, mostrando que as mulheres negras pertencem a todos os lugares e podem se ver refletidas nas paisagens e culturas globais.

Para celebrar a mulher negra, latino-americana e caribenha e incentivar o afroturismo no país, além do lançamento do curta metragem o coletivo Bitonga Travel juntamente com a Localiza 021 está organizando uma viagem afroturística pela cidade do Rio de Janeiro entre os dias 6 e 8 de julho. Durante o evento no Dida Bar restaurante, também haverá rodas de conversa sobre a representatividade negra no setor turístico e um tributo às matriarcas que abriram as portas para outras mulheres negras no setor. A entrada é gratuita e aberta ao público. Sujeito a lotação.

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