O Brasil viveu um momento histórico na última quarta-feira, 21, com a escolha da deputada federal Erika Hilton, do PSOL, para liderar a bancada da federação PSOL-Rede na Câmara dos Deputados. Hilton é a primeira líder parlamentar trans na história a ocupar um cargo de liderança no Congresso: “Chegou o momento de sentarmos à mesa”, disse ela.
Em entrevista para a Globo News, a deputada celebrou a nomeação e lembrou que o Brasil ainda é o país mais mata pessoas trans: “No primeiro país que ainda nos mata, nós hoje podemos comemorar a chegada de um corpo trans ao colégio de líderes da Câmara dos Deputados, um espaço que sem sombra de dúvidas é um conservador, difícil, reacionário, mas nós chegaremos ali para mostrar que nós também sabemos fazer política”.
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O grupo liderado por Hilton é formado por 14 parlamentares. A deputada federal vai ocupar o lugar que foi de Guilherme Boulos (PSOL-SP), que deve concorrer à Prefeitura de São Paulo neste ano: “Esta será uma liderança marcada pela construção, pela positiva da propositiva de construirmos consensos em um Brasil tão dividido, em um Brasil que sempre nos colocou da porta para fora. Chegou o momento de sentarmos à mesa, à mesa de negociadas, à mesa do poder com os desafios que nós já conhecemos. Desafios esses que nós já enfrentamos na nossa vida”.
“E esse é mais um dos desafios que nós, que eu representarei com muita alegria e satisfação, e representarei não só em meu nome, não só em nome do PSOL, mas em nome das milhares e milhões de vozes que sempre foram silenciadas pelo poder público no nosso país”, reforçou a deputada federal.
A eleição de Erika Hilton para o Congresso Nacional, em 2022, também foi algo histórico, considerando que a parlamentar se tornou a primeira mulher trans eleita com 255 mil votos.
Em setembro de 2023, a deputada federal entrou para a lista Time 100 Next, da revista Time, como uma das 100 novas personalidades que vão impactar a próxima geração. Ela está na lista junto com a deputada Duda Salabert, de Minas Gerais. A revista definiu a ascensão política delas como “repleta de ameaças de morte e ódio”.