Texto: Monique Prado
Sabe aquela memória nostálgica de vó, em que as nossas mais velhas mantinham reunidas as famílias em volta da mesa numa tarde de domingo com conversas atravessadas e música brasileira tocando de fundo? Esse é o cenário perfeito para o chef Lucas Abreu, cria de Guadalupe, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Notícias Relacionadas
Chocolatier fala sobre sua coleção natalina de bombons pintados à mão: "Os melhores ingredientes do nosso país"
Astros de “The best man” lançam bourbon inspirado em irmandade e elegância
Atualmente ele está na Casa Crespa, conhecida como quilombo urbano em São Paulo, para participar da Residência Gastronômica, levando a gastronomia Afrodiaspórica e Caipira para mesa. No próximo domingo, 26 de novembro, a partir das 13h, o chef Lucas servirá a sua tradicional feijoada completa e vegana. (Clique aqui para comprar os ingressos)
Para o cozinheiro observar de perto os seus avós cozinhar foi decisivo para sua escolha profissional. “Enquanto homem negro, periférico, Chef de cozinha e pesquisador de culturas alimentares, tenho sido influenciado pela cultura caipira e afrodiaspórica, honrando principalmente a alimentação do nosso povo”.
Lucas carrega o legado de ser o primeiro chef negro a chefiar um restaurante na cidade São João Del Rei, no Restaurante e Bar Cura, onde instalou uma cozinha orientada a alimentação afrodiaspórica priorizando a contratação de cozinheiras pretas. “Enquanto pesquisador da comida caipira e afrodiaspórica, tenho como principal objetivo colocar na mesa as influências alimentares que estão vivas na minha trajetória”.
O chef acredita em uma gastronomia afetiva, nutritiva e sem desperdícios. Para ele, a alimentação afrodiaspórica remete à experiências sensoriais, às memórias e às histórias narradas pelas pessoas mais velhas que abriram caminhos para que o Chef acesse diferentes territórios, cheiros, aromas, paladares, texturas e sabores e técnicas criados por pessoas negras, as quais absorveu em sua prática gastronômica.
O jovem cozinheiro reforça: “Minha cozinha é afetiva, ancestral e contemporânea. Afetiva porque remete às memórias da minha criação. Ancestral porque honra os meus mais velhos, além dos agricultores que fui encontrando pelo caminho. Contemporânea porque dialoga com técnicas e preparos modernos, respeitando as bases da cozinha caipira do prato”.
Serviço:
Residência Gastronômica com Chef Lucas Abreu
Endereço: R Catulo da Paixão Cearense, 216 – próximo do Metrô Saúde (Linha Azul)
Ingressos: a partir de R$ 30 (Clique aqui)
Notícias Recentes
FOTO 3X4: HUD BURK - Cantora
‘O Auto da Compadecida 2’: Um presente de Natal para os fãs, com a essência do clássico nos cinemas