Mídia e Igualdade racial: Ministério Público de SP discute a ausência de negros na publicidade

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Mídia e Igualdade racial: Ministério Público de SP discute a ausência de negros na publicidade
Imagem - Divulgação

Inclusão de negros na publicidade é caso de justiça sim. Quando os publicitários não conseguem perceber as desigualdades nas formas como negros e brancos aparecem nas propagandas o Estado pode  colaborar para fomentar a discussão desse tema tão importante para o resgate da identidade brasileira.

E é isso que o Ministério Público do Estado de São Paulo tem feito desde setembro do ano passado, convocando publicitários e pessoas influentes da comunidade negra para discutir a presença de afro-descendentes na publicidade.

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Foto - Divulgação
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Nesse (21/03), Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, a  Promotoria de Justiça de Direitos Humanos da Capital, área de Inclusão Social, lança a nova fase da campanha “Por que só um tom de pele?”, na página do Facebook do MPSP, em que questiona a baixa participação dos negros em peças publicitárias. O projeto é parte de inquérito civil instaurado pela Promotoria de Justiça para apurar o tema. A primeira fase da campanha foi realizada em setembro de 2016 (confira aqui).

Durante três dias, o Ministério Público de São Paulo proporá um debate, por meio de vídeos, entre produtores de conteúdo, estudantes de publicidade, anunciantes e a sociedade em geral ao questionar por que as propagandas sempre apresentam um mesmo padrão étnico-racial. A locução dos vídeos foi realizada pela promotora de Justiça Beatriz Fonseca, uma das idealizadoras do projeto.

O último levantamento do IBGE, de 2015, aponta que 54% da população brasileira é composta por negros e pardos. Além disso, pesquisa sobre afro consumo realizada pela consultoria Etnus mostra que a população negra brasileira movimenta aproximadamente R$ 800 bilhões ao ano. Apesar disso, em 2016 apenas 24% dos comerciais com protagonistas crianças ou casais eram negros ou pardos, concluiu estudo da agência de propaganda Heads, em parceria com a ONU Mulheres.

“A publicidade não é apenas uma atividade econômica, mas também uma expressão cultural. Por isso, deve refletir a pluralidade étnica e cultural brasileira. Além disto, o negro cada vez mais amplia sua capacidade de consumo e parece que os publicitários não conseguem dialogar com ele. A busca da plena igualdade racial, nos termos do Estatuto da Igualdade Racial, passa por este aspecto”, afirma Eduardo Valério.

Acompanhe todos os vídeos da campanha por meio da página do MP no Facebook.

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