Após a denúncia de cinco acusados pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), pelo assassinato da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico Moreira, mais conhecida como Mãe Bernadete, seria realizado a primeira audiência de instrução, na 1ª Vara Criminal da Comarca de Simões Filho, para coleta de provas testemunhais, nesta quinta-feira (4). Porém, a audiência foi remarcada para o dia 2 de maio, devido a ausência de uma testemunha de defesa. Ao todo, sete testemunhas devem ser ouvidas.
Segundo o MP-BA, Arielson da Conceição Santos, Josevan Dionísio dos Santos, Marílio dos Santos, Sérgio Ferreira de Jesus e Ydney Carlos dos Santos de Jesus, foram denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima.
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Marílio, conhecido como “Maquinista”, considerado líder local da facção foi apontado como o mandante e mentor intelectual do crime. Segundo as investigações, o assassinato teria sido motivado pelo combate da yalorixá ao tráfico de drogas.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), nesta quarta-feira (3), os suspeitos foram incluídos no Baralho do Crime, catálogo que reúne informações dos foragidos mais perigosos da Bahia.
Relembre o caso
A Mãe Bernadete era ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e foi morta a tiros no dia 17 de agosto de 2023, aos 72 anos, dentro da sede do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Em julho do mesmo ano, a religiosa, conhecida pela luta dos direitos quilombolas, se reuniu com a então Rosa Weber, ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), junto com outras lideranças para falar sobre a violência contra as comunidades tradicionais e relatou ameaças que sofria de fazendeiros, desde que começou a lutar para descobrir quem matou o seu filho Leandro da Silva Pereira, conhecido como Binho, em 2022, também reconhecido nacionalmente pela luta da comunidade.
Em setembro do ano passado, a polícia da Bahia prendeu três suspeitos de envolvimento no assassinato da líder quilombola. Dias depois, o Tribunal de Justiça da Bahia proibiu o Intercept Brasil de falar sobre o assassinato de Mãe Bernadete, após o portal publicar uma reportagem sobre a luta da líder quilombola contra grandes empresários da região.