Durante a 68ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres (CSW), realizada em Nova York até o dia 22 de março, o Pacto Global da ONU – Rede Brasil está à frente de uma série de eventos paralelos. Este encontro anual, considerado um dos mais importantes fóruns internacionais sobre igualdade de gênero, reúne líderes globais, representantes de governos, organizações da sociedade civil e outras partes interessadas para debater e promover os direitos e o empoderamento das mulheres em todo o mundo. O Pacto Global da ONU, que tem como objetivo mobilizar empresas em torno de princípios de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção, está liderando uma delegação com mais de 150 mulheres brasileiras para participar ativamente dessas discussões.
O recorte racial dentro do debate sobre a realidade das mulheres têm sido uma constante dentro dos debates. Seja em temas como violência doméstica, tecnologia e economia do cuidado, é um consenso que mulheres negras carecem de um olhar diferenciado. Para além dos cuidados assistenciais que esse grupo merece, Camila Valverde, COO e Diretora da Frente de Impacto, atribui às mulheres negras um poder em mudar a situação econômica do país e do mundo. E uma das funções dela é incentivar a iniciativa privada a participar dessa conversa e para além das palavras trazer recursos para mudanças efetivas.
“Pesquisas da ONU apontam que a pobreza no Brasil diminuiu, entretanto, 72% da população que é considerada pobre são mulheres negras, mães solteiras com filhos abaixo de 12 anos. Então tem um recorte muito claro de onde nós precisamos investir para que o nosso país se desenvolva” explicou Camila durante o Café da Manhã com Lideranças Femininas, realizado pelo Pacto Global, na manhã do dia 13.
A rede brasileira do Pacto Global, tem uma frente específica com foco na comunidade negra, que é o Movimento Raça é Prioridade em parceria com o CEERT. O Movimento também conta outras instituições parceiras estratégicas, e tem como ambição alcançar 1500 empresas comprometidas em ter 50% de pessoas negras em posição de liderança até 2030.
“Há um recorte muito claro de onde nós precisamos investir para que o nosso país se desenvolva. Também deixa uma mensagem de otimismo, porque se estamos aqui reunidas é para discutir, debater e mudar atividades para que essa gente avance no Brasil”, diz Camila se referindo aos eventos paralelos realizados pela Rede Brasil do Brasil do Pacto Global da ONU dentro do CSW.
Ela finaliza dizendo que empresas que não fazem investimentos ESG, não terão relevância no mercado. “Eu acredito que no futuro não terá espaço para as empresas que não pensem nas questões de desenvolvimento sustentável, como mulheres, pessoas negras, impacto ambiental. Eu sou bem otimista em relação a isso”.