O Conselheira 101, programa de incentivo à diversidade de gênero e étnico-racial nos Conselhos de Administração, realizou a formatura da 4ª turma nesta sexta-feira (20), em São Paulo. Ao todo foram 43 alunas, que além de mulheres negras teve pela primeira vez a participação de indígenas. O evento contou com a presença de executivas de cargos de alta liderança em empresas nacionais e multinacionais.
Os encontros virtuais, que ocorreram de maio a setembro, incluíram aulas de governança corporativa e palestras com c-levels de grandes empresas, onde compartilharam experiências e responsabilidades de um conselheiro, formação, desafios e boas práticas de gestão. Entre os speakers convidados estiveram presentes Juliana Oliveira, CEO e fundadora da Oliver Press, que abordou sobre a importância da boa comunicação dos porta-vozes nas organizações; Mafoane Odara e Carlo Pereira, que falaram sobre ESG, e Rachel Maia, que contou um pouco de suas experiências em Conselhos.
“Cabe a nós, pessoas em cargos de liderança, promover cada vez mais a diversidade e inclusão, quebrando paradigmas no ambiente corporativo. Juntas, podemos criar um futuro mais igualitário, com cada vez mais mulheres negras e indígenas em cargos de liderança”, comenta Graciema Bertoletti, cofundadora do Conselheira 101.
A indígena Ellen Serrão, participante da 4ª turma, relata que a formação vai muito além de mentorias e networking. “O Conselheira 101 é um espaço multiformativo, no qual aprendemos e ao mesmo tempo somos acolhidas. Desenvolvemos a liderança com representatividade, promovendo mudanças sistêmicas por uma gestão corporativa mais diversa e competente”, relata Ellen, coordenadora do time regional do Programa Global Vozes pela Ação Climática Justa.
Com o sucesso e assertividade do programa, as co-fundadoras Ana Beatrix Trejos, Ana Paula Pessoa, Elisângela Almeida, Graciema Bertoletti, Jandaraci Araújo, Leila Loria, Lisiane Lemos, Marienne Coutinho, Mayra Stachuk e Patricia Molino, realizam edições anuais do programa. A seleção tem como base critérios utilizados por conselhos de administração, como variada experiência de liderança corporativa e/ou habilidades em competências específicas.
Para Jandaraci Araújo, ter cada vez mais mulheres negas e indígenas nos conselhos traz um impacto positivo para a sociedade. “O principal papel é o poder de influenciar as organizações na agenda de sustentabilidade e diversidade. Além de aportarem conhecimento em suas áreas de expertise, é um olhar que reflete uma visão disruptiva e essencialmente inovadora, contribuindo para a estratégia de longo prazo das organizações”, disse para o Mundo Negro.
“A partir do Conselheira, forma-se uma grande rede de apoio e networking [entre mulheres negras e indígenas]. É um espaço seguro para compartilhar desafios e aprendizados. É sororidade na prática”, completa.
A iniciativa sem fins lucrativos é apoiada pela KPMG, Women Corporate Directors Foundation (WCD), B3, Oliver Press, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e Harpy Eagle.