Jornalistas pretos e pardos ocupam menos de 13% dos cargos nos maiores veículos de comunicação do país

Uma nova pesquisa do GEMAA (Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, revelou que a mídia brasileira continua reproduzindo padrões de forte desigualdade racial. O estudo ‘Raça, gênero e imprensa: quem escreve nos principais jornais do Brasil? apresentou uma investigação sobre o perfil das pessoas que trabalham nos três maiores jornais impressos do país: Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo.

O resultado mostra que nos três veículos estudados, o número de pretos e pardos não ultrapassa a casa dos 13%. O levantamento dos dados se deu a partir de três fases, incluindo a extração das amostras, análises dos resultados e heteroidentificação racial. Ao todo, foram analisados 1190 profissionais.

Foto: GEMAA / Reprodução.

Os números são mais preocupantes nos cenários editoriais de tomada de decisão. Dentro das funções que decidem pautas e enquadramentos, distribui autorias, encomenda, edita e exclui textos, é que encontramos a desigualdade mais intensa. Nesse aspecto, o Estado tem 100% de brancos, enquanto que O Globo marca 93%. Na Folha, os brancos são ainda 86% do corpo editorial.

De acordo com os números, a distribuição racial dos colaboradores dos 3 jornais analisados é similar: em todos, os brancos são maioria entre os produtores de conteúdo, representando, na média, 84% do total. Ao considerar somente os textos de opinião dos jornais, a supremacia branca é ainda maior, atingindo níveis em torno de 90%.

“A aguda sub-representação de pretos e pardos nos quadros desses grandes jornais é evidência clara de um problema gravíssimo de ordem cultural, social e política que não dá sinais de ter sido mitigado pelas poucas iniciativas recentes de promoção da diversidade nas redações”, conclui a pesquisa. É possível acessar a pesquisa ‘Raça, gênero e imprensa: quem escreve nos principais jornais do Brasil? na íntegra CLICANDO AQUI.

 

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