Por Kelly Baptista, diretora executiva da Fundação 1Bi.
Provavelmente você já tenha escutado a famosa frase “Diversidade é chamar para a festa, inclusão é convidar para dançar”. Essa dupla de palavras, Diversidade & Inclusão (D&I), relembra e reforça algo que precisamos mudar urgentemente no mercado de trabalho e na sociedade: a exclusão de pessoas oriundas de grupos minorizados.
Alguns de nós até são convidados para dançar, mas, muitas vezes, os anfitriões da festa nem se dão ao trabalho de compartilhar a coreografia. Para que todos possam aproveitar a música, é preciso ter uma pista inclusiva, torná-la apropriada para que as pessoas se sintam confortáveis, sem ficarem deslocadas ou serem tokenizadas – tokenismo é uma inclusão simbólica, que consiste em fazer concessões superficiais a grupos minoritários.
Em uma matéria para o Portal Politize, a jornalista Regiane Folter traz a explicação de Rosabeth Kanter, escritora e professora da Escola de Negócios de Harvard, sobre o termo tokenismo. Para a escritora, o token é a ação de transformar as pessoas em ícones representativos, apagando sua individualidade e perpetuando o status quo.
Essa prática traz três grandes consequências: primeiro, a visibilidade distorcida sobre a minoria representada pelo token; segundo, a polarização entre grupo; e terceiro, a assimilação que gera estereótipos.
Muitas empresas que adotam o ESG (termo em inglês para Ambiental, Social e Governança), passaram a associar a D&I ao S. E profissionais de grupos minorizados, em especial os negros, têm se queixado porque, na maioria das vezes, são os únicos representantes da causa dentro da companhia, o que resulta individualidade e uma falsa diversidade.
Esse racismo – disfarçado de inclusão – faz com que a saúde mental de pessoas negras seja posta em xeque o tempo todo. É por isso que precisamos organizar novas festas, onde todos, independentemente das suas diferenças e particularidades, possam aproveitar e se divertir.
Referência Bibliográfica: https://www.politize.com.br/tokenismo/