Ao lançar programa “Ifood Acredita”, o time de Equidade, liderado por Angel Vasconcelos, identificou as dificuldades dos empreendedores negros na plataforma: “78% deles trabalham sozinhos”

O iFood está empenhado em apoiar empreendedores negros, buscando tornar a jornada de crescimento mais justa, segura e independente. Nos últimos meses, a empresa brasileira de tecnologia lançou o ‘iFood Acredita’, um programa dedicado ao fomento de empreendedores negros em Salvador. Com iniciativas de capacitação, o projeto visa acelerar o crescimento do empreendedorismo negro na plataforma, fortalecendo a diversidade e impulsionando os negócios desse público.

Um dos nomes por trás do ‘iFood Acredita’ é a Diretora de Equidade da empresa, Angel Vasconcelos. Ela é responsável por criar e implementar políticas, programas e iniciativas que promovam a diversidade, equidade e inclusão no ecossistema. “É preciso que, cada vez mais, empresas se engajem e se comprometam em contribuir com a redução das desigualdades por meio de políticas e programas corporativos de equidade”, afirma Angel. “Com poder de decisão sobre a pauta de equidade, minha maior felicidade, é pautada no fato de que não estamos mais aqui apenas para falar de soluções que sonhamos tirar do papel, mas já possuímos entregas concretas e, mais do que isso, trabalhamos com muito afinco em melhorias contínuas que serão novamente disponibilizadas para os empreendedores de Salvador e, possivelmente, no início do próximo ano, expandidas para São Paulo”, finaliza. 

Até chegar ao posto de Diretora de Equidade em uma das maiores empresas de tecnologia do Brasil, Angel passou por muitos desafios. Em um dos balanços do ‘iFood Acredita’, estima-se que cerca de 30% dos empreendedores não possuíam um computador , dificultando a gestão do próprio negócio e o crescimento pessoal. Essa realidade de muitos profissionais foi sentida na pele pela própria Angel, que durante os estudos, ainda com 15 anos, não conseguia evoluir no objetivo do curso, por não ter um computador.

“Fiz um esforço absurdo para conseguir uma vaga no curso de Processamento de Dados de uma das ETEs (Escola Técnica Estadual) e, isso era mais difícil que passar num vestibular. Só que, quando cheguei lá, tive muita dificuldade de evolução porque era uma das poucas alunas que não tinha um computador”, diz Angel em entrevista para o MUNDO NEGRO

“Ainda assim, fui uma das primeiras alunas da minha sala a conseguir um estágio, graças ao apoio da minha amiga Antonia que, sensibilizada com a minha situação, me ofereceu que fosse a casa dela, 2 tardes por semana, para treinar no computador dela. Se, 26 anos depois, alguém com a minha história, quando enfim alcancei o privilégio de poder trabalhar exclusivamente com Impacto Social, não pensar em soluções para apoiar os empreendedores que não evoluíram por não ter um computador, nossa gente não vai chegar onde precisamos que chegue. É meu dever, não deixar os mais vulneráveis para trás. Mas também é meu dever apoiar quem está pronto para fazer a rampa do seu negócio e propiciar Impacto Social com Rentabilidade e em Escala”.

Pequenos empreendedores negros possuem dificuldades com a gestão de negócios

Apesar das dificuldades de cada empreendedor negro, o objetivo do ‘iFood Acredita’ é potencializar esses negócios, propondo mais visibilidade dentro do aplicativo. Mas os desafios vão além da falta de computadores. De acordo com Angel, a dificuldade de se trabalhar sozinho e as questões de gestão também são entraves. 

“Passados os primeiros três meses de programa, a gente não pode dizer que existe um único motivo de desafio para os empreendedores. Podemos citar o fato de trabalhar sozinho. 78%  dos empreendedores trabalham sozinhos sem ter colaboradores. Para outra parte, o entrave é não ter um computador. Por vezes, o empreendedor não consegue configurar as recomendações pela falta do computador”, conta a diretora. “Para um outro grupo, é o fato de que ele está ali fazendo algumas tentativas e não consegue enxergar sozinho alguns elementos do negócio, como as fotos, que podem não estar tão boas e para aqueles que já superaram todas essas etapas, tem o desafio da operação mesmo porque não adianta fotos lindas, não adianta ter acesso a crédito e até contratar colaborador, se você não conseguir entregar um pedido que satisfaz o cliente”.

A empresa, que é líder em delivery de comida no país também está trabalhando numa estratégia de divisão do programa em 2 frentes: o ‘iFood Acredita’, que é uma rampa de quem já está na maturidade certa,  e o ‘iFood Acredita nas Comunidades’, que será um laboratório e mergulho profundo do como fazer com que empreendedores menores tenham sucesso nos negócios. 

“O meu Sonho Grande de Equidade, não é sobre mim, é sobre todos os que um dia eu deixei pra trás, é sobre escalar os passos de formiga que venho dando a minha vida toda”, diz Angel, com orgulho. “E o que nós, da área de Impacto Social buscamos é usar a força do ecossistema e do capital do iFood e de quem mais chegar – quem sabe no futuro, empresas parceiras – para gerar novos elementos de Equidade e de transformação: esperamos chegar no patamar de conseguir reinvestir o próprio ROI alcançado no programa, para fazer a escala do iFood Acredita e, com isso, de fato, poder contribuir amplamente com a redução das desigualdades. Eu nunca parei, eu nunca pretendo parar. Meu caminho é sempre acessar e, depois, conectar ilhas isoladas e abrir portas”.

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