
O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um alerta sobre crise política no país após o assassinato de Charlie Kirk, conservador e apoiador de Donald Trump. Durante um evento na Pensilvânia, na terça-feira (16), Obama disse que não conhecia pessoalmente Kirk e que discordava de suas opiniões, mas classificou o crime como “uma tragédia”.
“A premissa central do nosso sistema democrático é que temos que ser capazes de discordar e, às vezes, ter debates realmente contenciosos, sem recorrer à violência”, declarou o ex-presidente. “E quando isso acontece com alguém, mesmo que você pense que essa pessoa está, entre aspas, “do outro lado da discussão”, isso é uma ameaça para todos nós, e temos que ser claros e diretos ao condenar”, afirmou.
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“Obviamente, eu não conhecia Charlie Kirk. Eu estava ciente de algumas de suas ideias. Acho que essas ideias estavam erradas. Mas isso não nega o fato de que o que aconteceu foi uma tragédia, e que eu lamento por ele e sua família”, disse Obama. “Ele é um jovem com dois filhos pequenos e uma esposa, um grande número de amigos e apoiadores que se importavam com ele, então temos que estender a graça às pessoas durante o período de luto e choque.”
O ex-presidente aproveitou para criticar a retórica de Trump e de seus aliados. “Quando ouço, não apenas o nosso atual presidente, mas seus assessores, que têm um histórico de chamar oponentes políticos de vermes, inimigos, que precisam ser alvos, isso fala de um problema mais amplo que temos agora e algo com o qual teremos que lidar. Todos nós”, pontuou.
Charlie Kirk, de 31 anos, foi morto com um único tiro enquanto discursava na Universidade Utah Valley, em 10 de setembro. Na terça-feira, Tyler Robinson, 22 anos, foi formalmente acusado pelo assassinato e outras infrações relacionadas ao uso de armas. O promotor do Condado de Utah disse que Robinson teria enviado mensagens de texto justificando o crime, alegando que estava “farto de seu ódio”. A promotoria informou que pedirá pena de morte.
Antes da prisão de Robinson, aliados de Trump tentaram associar o crime a ativistas de esquerda e à retórica de parlamentares democratas. O vice-presidente J.D. Vance foi além e pediu que sejam expostos publicamente os nomes de pessoas que celebraram ou toleraram o assassinato do conservador.
Obama, por outro lado, fez um apelo para que os americanos respeitem o direito de discordar e elogiou líderes de ambos os partidos que têm trabalhado para reduzir a tensão.
Em resposta, a Casa Branca acusou Obama de hipocrisia e afirmou que ele foi o “arquiteto da divisão política moderna”, acusando-o de ter usado sua presidência para “colocar os americanos uns contra os outros”.
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