Na última quinta-feira (7), a atlética de farmácia da Universidade de São Paulo (USP) foi acusada de racismo depois de compartilhar uma publicação no Instagram para divulgar uma playlist do Spotify que continha uma frase que fazia referência à escravidão: “Dê play nos sucessos da Sinhá”, para apresentar a nova direção.
A publicação do Instagram apresentava a nova diretoria da atlética e trazia um print da playlist no Soptify que continha a descrição: “Para dar ordens e chicotadas. Dê play nos sucessos da Sinhá”. O termo ‘Sinhá’ era utilizado pelos escravizados para se referir às mulheres brancas para quem eram obrigados a trabalhar. Além disso, as ‘chicotadas’ eram uma forma de punição por meio da violência sofrida pelas pessoas escravizadas.
Notícias Relacionadas
FBI investiga mensagens de texto racistas enviadas a pessoas negras em diversos estados dos EUA um dia depois das eleições
Estudo aponta que 87,8% das mortes por ação policial no Brasil são de pessoas negras
Após críticas, a atlética emitiu um pedido de desculpas no dia 8 de março, no Instagram, afirmando que “o que foi dito tem uma interpretação errada”: “A AAAFB vem por meio deste post se desculpar pelo que foi postado. Entendemos agora que o que foi dito tem uma interpretação errada e sentimos muito por todos e qualquer um que se sentiram ofendidos. Erramos e estamos nos retratando publicamente. Estamos abertos a conversar e, inicialmente, estamos apenas muito arrependidos pela má comunicação da gestão. Nunca brincaríamos com algo desse tipo, e assim que percebemos nosso erro, corrigimos”.
Nos comentários, o público fez críticas aos termos racistas utilizados na publicação e ao pedido de desculpas que mencionava uma ‘interpretação errada’. “Interpretação errada? Qual outra interpretação possível para chicotadas? Sucessos da Sinhá? Quais ações serão tomadas pela atlética para evitar que situações assim ocorram? Racismo é crime, isso é inadmissível! Como vocês esperam que atletas negres se sintam confortáveis numa atlética que brinca com uma coisa tão séria?”, comentou o perfil do ‘Coletivos Negros da Usp’
Em outra publicação, a atlética de farmácia da USP voltou a pedir desculpas e ‘pelo ato racista cometido’, afirmando que ‘as expressões utilizadas não deveriam ser vistas como brincadeira’.
Notícias Recentes
Grammy Latino 2024: homens negros brasileiros brilham na premiação
Zonas de sacrifício racial: quando o racismo ambiental torna-se uma condenação