A influenciadora Aline Bardy Dutra, conhecida como Esquerdogata, perdeu milhares de seguidores após ser detida no último sábado (27) em Ribeirão Preto (SP) por desacato, resistência e injúria racial contra policiais militares. A prisão ocorreu durante uma abordagem policial a um suspeito na Rua Florêncio de Abreu, quando Aline filmava os agentes sem autorização e questionava a atuação deles. Antes do episódio, ela tinha 873 mil seguidores; desde então, perdeu seguidores, ficando com 821 mil, o que levou à decisão de fechar os comentários das postagens mais recentes.
Os vídeos que viralizaram mostram Aline direcionando palavras racistas a um dos policiais: “Um preto fudendo outro preto, você é sem consciência de classe e prende outros da sua cor”. Ela também chamou os agentes de “fascistinhas” e “nazistinhas”, em críticas que desdenham do poder econômico e da origem deles.
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Em outro momento, a influenciadora afirmou, em tom de provocação: “Vocês acham que vocês têm cacife para me mandar para algum lugar? Olha para mim e olha para vocês. Minha sandália vale o carro de vocês. Faz até a nona série, presta para a Polícia Federal, ganha R$ 2,5 mil de salário e tem a síndrome do pequeno poder. Já foi para Londres, power, Tower Bridge? Nunca, né, você não tem dinheiro para isso”.
Segundo o boletim de ocorrência, Aline foi algemada pelos policiais após xingamentos e resistência. O celular da influenciadora foi apreendido, e a Polícia Civil solicitou a quebra de sigilo do aparelho à Justiça para apuração das falas consideradas racistas. Durante a audiência de custódia, ela obteve liberdade provisória, com recolhimento domiciliar noturno das 20h às 6h e comprovação periódica de adesão a tratamento psicológico.
A defesa de Aline afirmou que ela estava sob efeito de álcool e medicamentos controlados, e que não se recorda do episódio. O advogado Roberto Bertholdo destacou que a prisão fez com que Aline “entendesse que precisa se tratar do alcoolismo” e ressaltou que o surto foi resultado da combinação de álcool, remédios controlados e medo da atuação policial. Em nota, a equipe jurídica declarou que ela ficou “devastada” ao ver os vídeos e que seu comportamento não representa a trajetória de luta por igualdade e respeito construída ao longo dos anos, além de confirmar que Aline pretende se desculpar pessoalmente com os policiais envolvidos.
A Polícia Civil abriu investigação sobre as ofensas raciais e a conduta da influenciadora, que segue respondendo em liberdade provisória, com medidas cautelares definidas pela Justiça.
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