Em nova decisão, o Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou o processo de indenização por dano social de R$ 7,5 milhões contra o youtuber Júlio Cocielo. Acusado por uma série de tweets considerados racistas, Cocielo foi inocentado na última terça-feira (8). Informações vieram a público através da coluna de Rogério Gentili, do UOL.

Durante o mês de setembro de 2020, o influenciador virou réu acusado de racismo por causa de postagens feitas nas redes sociais entre 2 de novembro de 2011 e 30 de junho de 2018. Em um dos comentários, o youtuber afirmou: “o Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”. Publicação foi apagada após o escândalo.

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O tribunal responsável por analisar o caso entendeu que parte da ação estava prescrita, pois os comentários feitos pelo humorista tinham acontecido há muitos anos. Dessa forma, o tribunal analisou apenas o tweet feito em 2018, quando cocielo publicou que o jogador “Mbappé faria arrastão top”. Quem moveu o processo contra o humorista foi o Ministério Público, argumentando que entre 2010 e 2018, Cocielo fez diversos comentários racistas nas redes sociais, “afrontando a dignidade humana”.

Foto: Reprodução / Twitter.

A desembargadora Viviani Nicolau, relatora do caso, concluiu que Cocielo “não teve intenção direta de disseminar uma mensagem preconceituosa”. A magistrada acrescentou: “Não é possível descartar por completa a tese da defesa, no sentido de que, no momento da fala, apenas se reportou à velocidade do jogador e fez a piada, momentaneamente ignorando as características físicas do atleta e a associação ruim que poderia ser feita a partir disso”.

No início de 2021, em entrevista a Rafinha Bastos, Cocielo comentou que se sentiu mal após a repercussão negativa, principalmente porque tinha familiares negros e que achou um absurdo o Ministério Público pedir uma indenização no valor de R$ 7,5 milhões. “Existe um infinito entre ser racista e fazer uma piadinha de cunho racista, principalmente quando ela foi feita em 2012”, opinou. “[Me senti mal] porque, p***, eu tenho familiar negro, né? Minha mãe é negra. Minha avó é negra. Minha preocupação era essa. Chatear família e, principalmente, a quebrada onde eu cresci. Só que todo mundo ali apoiou muito”.

Durante a entrevista ele ainda continuou: “Falar que tem familiar negro não é um argumento para internet. Mas para a Justiça é um p*** argumento, sabe? Eu nunca me posicionei por conta disso. Eu tenho que ter cuidado para não falar uma coisa e ser linchado”.

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