Após as denúncias de racismo e segregação nos bastidores da novela “Nos Tempos do Imperador”, feitas no início de 2022 pelas atrizes Roberta Rodrigues, Dani Ornellas e Cinara Leal, a Globo produziu um dossiê antirracista que foi distribuído para o elenco da próxima novela da seis, ‘Amor Perfeito’.
O folhetim terá como protagonista uma família interracial, formada pelos atores Levi Assim, que fará o papel do filho Marcelino, Camila Queiroz e Diogo Almeida, o que motivou a emissora a desenvolver o material que contém um estudo sobre racismo, segundo informações da coluna Zapping, da Folha de S. Paulo.
Notícias Relacionadas
Filho do rapper Rael sofre racismo no mercado Pão de Açúcar
Ananda registra boletim de ocorrência contra Ana Paula Minerato após falas racistas
De acordo com a coluna, o dossiê contém informações que podem ajudar os artistas e a equipe a responder comentários nas redes sociais que questionem o tom de pele da criança em relação ao tom de pele de Camila Queiroz, como aconteceu há alguns dias, quando pessoas comentaram que Levi Assif não poderia ser mais escuro que o ator que fará seu pai na trama.
Para esses casos, a orientação é de que a equipe responda: “Quando te perguntarem se a família Marê x Orlando x Marcelino é possível, diga que sim, todas as famílias são possíveis e necessárias”, contou Cristina Padiglione em sua coluna.
A coluna revelou ainda que o material distribuído pela emissora apresenta dados demográficos que mostram racismo no Brasil desde o tempo da escravidão, abordando como se desenvolveram as ideias eugenistas e as estratégias tomadas para segregar a população negra.
Ao todo, o dossiê contém 39 páginas que trazem dados, artigos novos e de pensadores mais antigos e, de acordo com a colunista da Folha, :informações. Sobre. Aspectos que contemplam o contexto da novela”.
O material também apresenta um texto assinado pela fundadora do Instituto ID BR, Luana Genót, que conta sua experiência em uma família interracial. Luana é casada com um homem branco. “Louis, homem branco, e eu, mulher preta, casamos e tivemos Alice, que é parda. Temos colocado a discussão sobre o racismo estrutural em nossas mesas e tentado quebrar vários tabus todos os dias. Fácil não é. Não é incomum perguntarem ao Louis se Alice é adotada ou atrairmos olhares de curiosos quando vamos nós três a um restaurante. E essa não é uma história só nossa. Muitos casais inter-raciais já passaram por situações parecidas. Não podemos normalizar esse estranhamento e o tratamento diferenciado.”, cita Genót no material.
Notícias Recentes
Câmara de Salvador aprova projeto para adaptar capelos de formatura a cabelos afro
Dicas de desapego e decoração ancestral para o fim de ano com a personal organizer Cora Fernandes