A Forbes anunciou nesta terça-feira (26) a primeira edição de sua lista Top Creators, uma seleção com 10 criadores de conteúdo que transformaram a influência de suas redes sociais em novos negócios. A edição chocou o público pela ausência de personalidades negras e escancarou também a ausência de oportunidades para influenciadores negros na mídia e – principalmente – na publicidade.
Não é de hoje que profissionais relatam uma queda drástica de projetos voltados para o desenvolvimento de criadores negros nas redes sociais. Nas grandes empresas, o desmantelamento de áreas de Diversidade e Inclusão ganhou força e as promessas de mercados diversos duraram menos de dois anos, desde os eventos pós George Floyd, em maio de 2020.
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Ser um criador de conteúdo negro nas redes sociais não é tarefa fácil. Além de precisar lidar com as batalhas dos algoritmos, que são feitos para favorecer imagens de pessoas brancas, na maioria das vezes, para conseguir o mínimo de atenção, é preciso produzir três ou até quatro vezes mais que a média do mercado.
Em junho de 2021, a Bloomberg BusinessWeek revelou uma disparidade preocupante nas redes sociais: influenciadores brancos tendem a ter rendimentos maiores do que negros, mesmo quando estes últimos possuem mais seguidores ou produzem conteúdos criativos que são frequentemente apropriados por criadores brancos. Nesses casos de apropriação, os influenciadores negros raramente recebem compensação financeira, sendo muitas vezes remunerados apenas com produtos das marcas envolvidas.
Você provavelmente deve conhecer influenciadores negros que produzem conteúdos brilhantes, que até possuem números expressivos de seguidores mas que não conseguem rentabilizar seus negócios de forma similar aos 10 creators da Forbes. Claro que existem exceções, mas a regra é majoritariamente branca. Em fevereiro deste ano, a Marketing Scope divulgou a lista dos 10 influenciadores mais admirados pelas marcas a agencias de publicidade no Brasil. No ranking, apenas dois nomes negros foram citados: Raphael Vicente e Nath Finanças.
Quantos influenciadores negros incríveis e criativos não desistiram no meio do caminho após anos de jornada sem retorno financeiro? Mesmo com grandes números, o racismo ainda nos impede de avançar e conquistar espaços como a capa da Forbes.
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