Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, se filiou ao Partido dos Trabalhadores, em evento nesta terça-feira (2), no Rio de Janeiro, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira-dama Rosângela da Silva. Em entrevista ao jornal O Globo, a fundadora do Instituto Marielle Franco destacou a sua vontade de ser eleita senadora.
“O partido vai tomar essa decisão e vou estar à disposição, seja para o Senado ou deputada federal. Vamos construir isso juntas. Meu sonho de ser senadora é a continuação de um sonho da Marielle, da Benedita (da Silva), da Jurema Batista. Mas estou à disposição do partido para o que for melhor”, disse.
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Ao anunciar que iria se filiar ao partido, houve rumores de que a ministra estaria interessada na eleição deste ano para compor a chapa do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), como vice. Mas o próprio presidente descartou essa possibilidade durante o evento.
“Toda vez que temos mulheres negras apontadas para espaços como esse é um grande ganho. Mas estou muito feliz no ministério, temos entregado muito trabalho. Hoje estou ministra, é o que eu posso dizer agora. Isso é uma decisão do presidente, do partido. Estou me colocando na política institucional muito para fortalecer mulheres negras nesses espaços. Na minha filiação, várias outras estão vindo junto”, apontou Anielle.
“Prefiro ir por esse lado a dizer se quero ou não quero. Não é uma decisão tomada apenas pela Anielle, mas acho importante vários nomes (de mulheres negras) serem levantados, como a Tainá de Paula, a própria Benedita da Silva”, destacou a ministra.
Anielle ainda falou sobre o possível apoio do PT à reeleição de Paes. “A relação do Eduardo com o presidente é uma relação boa, de respeito. Tenho certeza que vão decidir da melhor forma, tomar a melhor decisão. Acho que a melhor pessoa para o Rio é quem tem combate ao projeto de morte. Não dá para termos uma cidade tão bonita com tanta violência, uma cidade que ao mesmo tempo que é palco de tanta beleza ser palco da morte de uma vereadora com cinco tiros na cabeça e os supostos mandantes que estão presos serem políticos”, completou.
Para a ministra, a investigação do assassinato da irmã e vereadora Marielle Franco revela a importância de ocupar os espaços políticos no Rio de Janeiro: “abre a tampa para um monte de coisa”, lamenta. “Não acredito que um lugar como esse, com tanto futuro, tenha que ficar à mercê de crimes, de violência. Não é fácil aceitar que a Mari infelizmente é uma porta para isso tudo. Nós, da família, ficamos pensando o tempo todo: ‘Por que a Mari?’”.
Sobre a decisão de se filiar ao Partido dos Trabalhadores, Anielle contou que é um desejo antigo e já acompanhava eventos políticos com os pais, muito pelo Lula. “A filiação vai muito mais para o lado da importância do PT para a democracia. Minha trajetória política e a da Mari, apesar de as pessoas começarem a descobrir mais depois do assassinato, da covardia que fizeram com ela, vêm de antes. Já estou me sentindo em casa no PT há muito tempo”.
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