
Em 2025, o mundo da música negra perdeu duas de suas vozes mais emblemáticas: Angie Stone e D’Angelo. Ambos partiram no mesmo ano, deixando um legado indelével no soul e no R&B. Sua parceria transcendeu os palcos e os estúdios, refletindo uma conexão profunda que influenciou gerações.
Angie Stone, nascida em 1961, iniciou sua carreira no grupo The Sequence nos anos 80, sendo uma das pioneiras do hip-hop feminino. Nos anos 90, ela se consolidou como uma das maiores vozes do soul contemporâneo, com álbuns como Black Diamond (1999) e Mahogany Soul (2001). Sua colaboração com D’Angelo foi marcante, especialmente na canção “Everyday”, que se tornou um clássico do R&B.
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D’Angelo, nascido Michael Eugene Archer em 1974, foi uma figura central no movimento neo-soul. Seu álbum Voodoo (2000) é considerado uma obra-prima do R&B moderno. Apesar de sua carreira mais reservada, sua influência é inegável, com canções que exploram temas de amor, espiritualidade e identidade negra.
Durante o tempo em que estiveram juntos, Angie enfrentou julgamentos públicos motivados por preconceitos sobre sua imagem e expectativas sociais em torno de relacionamentos inter-raciais e de aparência. Sobre essa realidade, Angie comentou em entrevista ao portal HelloBeautiful:
“Quando eu estava naquela fase, era uma realidade cruel. Muitas pessoas começaram a lutar contra isso por causa da questão do peso, porque eu era uma mulher de pele escura com lábios cheios. Para eles, isso simplesmente não combinava. Mas o que eles não entendiam é que ele também foi obeso em um ponto.”
A perda de ambos em 2025 é um lembrete da efemeridade da vida, mas também da perenidade da música que criaram. Angie Stone e D’Angelo não foram apenas artistas; foram cronistas da experiência negra, utilizando suas vozes para contar histórias de amor, luta e identidade. Seu legado permanece vivo, não apenas em suas gravações, mas na maneira como moldaram o som do soul e do R&B contemporâneo.
O filho deles, Michael Archer Jr., de 27 anos, tornou-se um elo de memória viva entre duas trajetórias tão entrelaçadas quanto distintas. Ele perdeu a mãe em março, pouco após seu aniversário, e agora perde o pai também, em menos de um ano. Em comunicado, Michael pediu que as pessoas os mantenham em seus pensamentos (“mantenha-me em seus pensamentos”), mostrando que, por trás dos palcos e dos sucessos, há dor e saudade.
Hoje, a morte de ambos em 2025 reforça o valor de revisitar seu legado, as vozes, as letras, as harmonias, os momentos em que ambos enfrentaram expectativas externas, estereótipos e críticas — e como transformaram tudo isso em arte. A música de D’Angelo e Angie Stone permanece viva, ecoando seu talento, suas lutas pessoais e o impacto que causaram em quem os ouviu, artistas, fãs, gerações inteiras. O silêncio que sobra com suas ausências é grande, mas o legado é maior.
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