Em turnê no Japão como uma das protagonistas no espetáculo “Alegria” do “Cirque du Soleil”, uma das companhias de entretenimento mais famosas do mundo, a atriz e cantora Cássia Raquel, fala sobre a relação das mulheres pretas com o mercado cultural.
“Estamos caminhando em passos lentos, mas avançamos. Esbarramos em produções que somente incluem mulheres pretas se for uma exigência, e não apenas pela sua capacidade. Ainda estranham quando estamos em posições de destaque e não de subserviência. É comum, me procurarem para conhecer novas artistas pretas porque eles não sabem nem como começar a procurar. É algo tão simples… somos muitas e tentamos mostrar nosso talento, mas ainda existe resistência”, diz a artista.
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Nascida em Ricardo de Albuquerque, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, ela fala de como a inspiração em mulheres que fazem a diferença a levaram até o atual momento da carreira, além de como vê seu trabalho servindo de inspiração para novos talentos.
“Estudei minha vida toda sonhando em ter uma carreira internacional. Sou muito grata a todos que influenciaram minhas decisões e não me permitiram desistir. Fico feliz que com frequência, recebo mensagens de pessoas que se orgulham de mim e se sentem representadas. Agora quero ter responsabilidade e sabedoria para manter a admiração delas e motivá-las para que acreditem nos seus sonhos também”, conta a atriz.
Para a Cássia, mulheres pretas estão ganhando cada vez mais os holofotes e tendo conquistas em diferentes segmentos. “Ser artista está completamente atrelado a se mostrar como cidadão. Este tipo de engajamento que importa. Eu acompanho muito a Rihanna, seu discurso se converte em atos. Coloca ‘a mão na massa’ quando é preciso e suas empresas pensam em todas as mulheres. Por exemplo, sua linha de maquiagem tem uma variedade absurda de cores e isso é relativamente novo! Seus desfiles têm corpos fora do padrão… isso é fantástico. Parece uma atitude pequena, mas faz toda a diferença. Eu sou muito fã dentro e fora dos palcos”, diz a artista.
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