Cachimbo. Palavra herdada do quimbundo, língua de família bantu, de Angola. No vasto vocabulário afro-brasileiro, cerca de 1.500 termos – como batuque, pipoca e marimbondo – remetem, todos os dias, às raízes africanas. Além da intensa presença simbólica do continente no Brasil, senegaleses, camaroneses, moçambicanos e congoleses compõem, atualmente, a população da região central de São Paulo. Entretanto, essa intensa presença não significa que o Brasil compreenda a cultura da África em toda sua diversidade e riqueza. A Lei 10.639/03, que obriga o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas, até hoje não foi implementada de maneira integral. Para promover o estudo do continente nas instituições de ensino e estabelecer diálogos entre a cultura brasileira e as suas produções culturais contemporâneas, será lançada, em 13 de fevereiro, às 18h30, a coleção de publicações Afreaka: África Sem Estereótipos, na Galeria Olido, no Centro da capital paulista.
A coleção, desenvolvida com conteúdo apurado in loco em 15 países africanos, reúne mais de 40 reportagens, artigos, entrevistas e farto material de imagens que ilustra um continente protagonista, inovador e sócio-culturalmente ativo. A coletânea será distribuída gratuitamente em 1.800 escolas públicas e instituições culturais de todo o Estado. Atentos a um público muito mais amplo, que busca entender e resgatar a identidade brasileira, os exemplares também serão vendidos por R$ 50 no dia do lançamento e no site www.afreaka.com.br
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Esse projeto, de natureza multidisciplinar, traz publicações que possam servir como fonte de conhecimento didático sobre as sociedades africanas, suas culturas e formas de expressões artísticas atuais. “Tentamos, a todo momento, mostrar a história contada pelos próprios africanos, suas próprias versões. Nas viagens de apuração, tivemos o objetivo de romper estereótipos, mas não imaginávamos que seria tão fácil nesse sentido. São tantas iniciativas inovadoras, artistas geniais e movimentos descolados que tínhamos que selecionar sobre o que falaríamos de acordo com o tempo disponível”, conta a co-idealizadora do projeto e diretora do Afreaka Flora Pereira, que atua em conjunto com o designer Natan de Aquino.
No primeiro volume da coleção são abordados a mídia, a literatura, a arte, os grandes impérios e a questão de identidade. No segundo exemplar, as línguas, a autenticidade, os conceitos de sustentabilidade, a tecnologia e a filosofia. O percurso por essa África ainda pouco conhecida segue pelo movimento do grafite, as sociedades tradicionais, a música, a dança e as grandes cidades, reunidos no terceiro volume. “Nossa linha editorial também procurou trabalhar o olhar do brasileiro sobre si mesmo e a ligação do país com o continente africano. Além da herança na língua, nossos costumes, linha de pensamento, higiene, tradições e a culinária, que são intrinsecamente ligados à cultura desse continente”, completa Flora. No quarto fascículo, África nas Escolas, há uma série de sugestões de atividades e exercícios para trabalhar os variados temas apresentados na sala de aula.
SERVIÇO:
A coleção estará à venda (para público geral) por R$50 no lançamento e no site www.afreaka.com.br
https://www.facebook.com/events/1282649735129230/
Lançamento: 13/2, às 18h30, no Cine Olido, Galeria Olido
Intervenção Gastronômica com Surama Caggiano + Apresentação Musical de Ericah Azeviche
A coleção
Volume 1 – Mídia, Literatura, Arte, Grandes Impérios e Identidade
Volume 2 – Línguas, Autenticidade, Sustentabilidade, Tecnologia e Filosofia
Volume 3 – Grafite, Sociedades Tradicionais, Música, Dança e Grandes Cidades
Volume 4 – África nas Escolas – sugestão de atividades e exercícios para a sala de aula.
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