
Após repercussão negativa sobre a decisão do Afoxé Filhos de Gandhy de impedir o ingresso de homens trans da associação, a diretoria se pronunciou com uma nota oficial, na noite desta segunda-feira (24), anunciando o recolhimento do Termo de Aceite e uma assembleia geral para discutir a possível alteração do estatuto social.
“Reconhecemos que a sociedade está em constante transformação e que debates sobre inclusão são fundamentais. Estamos sempre dispostos ao diálogo respeitoso e à reflexão sobre como manter nossas tradições vivas, ao mesmo tempo em que acolhemos as discussões da sociedade”, informa o texto publicado nas redes sociais. “Nesse sentido, recolhemos o termo de aceite onde consta a palavra masculino cisgênero, passando constar apenas do sexo masculino, quanto a alteração no estatuto posteriormente convocaremos uma assembleia geral para discutir o assunto”, completa.
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Considerado o maior afoxé do mundo e um dos mais tradicionais da Bahia, a diretoria diz que “ao longo de seus 76 anos de história, sempre teve como princípio a valorização da paz, do respeito e da tradição. Nosso estatuto social reflete a trajetória e os fundamentos da nossa irmandade, que, por décadas, tem preservado sua identidade cultural e religiosa”, afirma.
Seguindo as tradições da associação, a diretoria também informa que a Afoxé Filhos de Gandhy seguem os preceitos religiosos que o regem desde o início da fundação, em 1949, e que o o bloco é “formado exclusivamente por pessoas do sexo masculino, de toda raça, credo, cor, religião, orientação sexual, partido politico ou classe social”.
Entenda o caso
Em um comunicado no Termo de Aceite do Afoxé Filhos de Gandhy, entregue junto com os itens de fantasia para o desfile de 2025, informa que “de acordo com o artigo 5º do Estatuto Social, só poderão ingressar na associação pessoas do sexo masculino cisgênero. Por isso a venda do passaporte será apenas para esse público”.
Segundo o Dois Terços, site de notícias LGBTQIA+ da Bahia, eles entraram em contato com o presidente do grupo carnavalesco Gilsoney de Oliveira. “Em resposta, [ele] afirmou que ‘não tinha nada a declarar’ e que a matéria poderia ser publicada, já que não haveria nenhuma alteração no comunicado”, informou o veículo.
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