Imagina você ter a oportunidade de cozinhar com seu artista favorito porque ele gosta do seu trabalho. Esse é o caso do Chef Thales Alves, que está no programa “A Música Está Servida”, da Disney, junto com Gloria Groove. A drag queen o convidou para fazer uma releitura do Virado à Paulista no episódio que vai ao ar no dia 06 de outubro. Thales falou com o Mudo Negro sobre a experiência de ser a primeira pessoa trans em um projeto como esse.
A relação dos dois começou anos atrás, Gloria Groove foi um dos motivos que fez o chef Thales se tornar o primeiro (e único) transexual do Masterchef Profissional do mundo, em 2018. Ele fez a inscrição no último dia e, como bom fã, utilizou no vídeo da inscrição a música recém lançada “Bumbum de Ouro”, o que acabou conquistando a atenção. “Eles me falaram que eles só pararam pra ver o meu vídeo por causa da música”, comentou.
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Um tempo depois do Masterchef, teve a oportunidade de conhecer sua artista favorita em uma boate em Brasília e contar sua história. Por causa desse encontro, Gloria Groove conheceu o trabalho de Thales, que acabou resultando no convite para “A Música Está Servida”.
Em “A Música Está Servida”, um artista musical se une a um chef de cozinha para preparar seu prato favorito, enquanto conversam sobre diversos assuntos, como carreira, vida pessoal e curiosidades sobre os artistas. “A experiência toda foi incrível”, disse Thales que ainda brincou que seria o primeiro príncipe trans da Disney.
Mas além de ser uma experiência muito boa de poder cozinhar para quem admira, para o consultor gastronômico sua participação foi muito representativa. “Se você for pensar num programa da Disney, tendo três episódios e um dos episódios ser comigo, sabe? Um chef de cozinha preto, fora do padrão, um cara trans, é surreal de bom. É algo que jamais passaria pela minha cabeça”, celebrou.
Mas mesmo sendo uma pessoa trans quebrando algumas barreiras, Thales ainda enxerga que há muita luta pela frente para a gastronomia começar a dar mais espaço para pessoas trans. “Ainda o espaço é muito pequeno. A gente sabe que o mercado da gastronomia é um mercado que menos exclui pessoas trans, mas mesmo assim a gente precisa de mais reconhecimento”, afirma o consultor gastronômico. “Falta reconhecerem só os talentos. As pessoas ainda ligam muito pra opinião do público. O preconceito externo faz com que os donos de restaurante não contratem pessoas trans de forma adequada”, complementou.
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