A taxa de analfabetismo entre as populações preta e parda no Brasil é mais que o dobro da registrada entre os brancos, conforme revelado pelo Censo 2022. Embora tenha havido uma redução ao longo das décadas, a desigualdade racial no acesso à alfabetização persiste.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os novos dados na sexta-feira (17). No Brasil, a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais é de 7%, o que corresponde a 11,4 milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever um bilhete simples.
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O censo aponta que o analfabetismo afeta a população de maneira desigual. Entre os pretos, 10,1% são analfabetos, enquanto entre os pardos essa taxa é de 8,8%. Já entre os brancos, a taxa é de 4,3%, menos da metade da registrada entre pretos e pardos.
Para os indígenas, a situação é ainda mais crítica, com uma taxa de analfabetismo de 16,1%, quase quatro vezes maior que a dos brancos.
Assim, dos 11,4 milhões de brasileiros analfabetos, 71,5% — ou 8,15 milhões — são pretos e pardos.
No entanto, dados históricos mostram uma redução dessas desigualdades raciais. Em 2010, a diferença entre as taxas de analfabetismo das populações branca e preta, parda e indígena era de 8,5, 7,1 e 17,4 pontos percentuais, respectivamente. Em 2022, essas diferenças caíram para 5,8, 4,5 e 11,8 pontos percentuais.
A taxa de analfabetismo entre a população branca é menor do que entre pretos, pardos e indígenas em todas as faixas etárias, inclusive entre os jovens.
Embora as gerações mais novas apresentam menores percentuais de analfabetismo, o Censo revela que a expansão educacional não beneficiou todos os grupos raciais de maneira uniforme.
Entre os jovens de 15 a 19 anos, 1,2% dos brancos não sabem ler nem escrever. Entre pretos, pardos e indígenas, as proporções são de 1,8%, 1,7% e 6,5%, respectivamente — totalizando mais de 155 mil jovens analfabetos nessa faixa etária.
As disparidades raciais se ampliam nas faixas etárias mais avançadas. Entre os maiores de 65 anos, 12,1% dos brancos são analfabetos, comparados a 33% dos pretos, 29% dos pardos e 46,2% dos indígenas.
Precisamos ter em mente que dados como estes acendem um alerta para a população negra, tais como: desigualdade econômica, exclusão social, educação para os descendentes, desenvolvimento comunitário e impacto na economia como um todo.
A educação é um direito fundamental e um pilar essencial para o desenvolvimento sustentável e a redução das desigualdades, investir na alfabetização de pretos e pardos não só melhora as oportunidades individuais, mas também contribui para uma sociedade mais justa, próspera e inclusiva.
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