A série brasileira ‘Toda Família Tem’, com a nova família negra e querida nas telinhas, estreou no Prime Video, nesta sexta-feira, 12 de julho. A comédia protagonizada por Pedro Ottoni, acompanha o Pê, um jovem de 19 anos, que vê sua vida mudar quando retorna com a família para a casa da avó Geni no Rio de Janeiro, deixando para trás seu estilo de vida confortável.
Deise, mãe de Pê, interpretada por Maíra Azevedo, 43, é alto astral e descolada. Mas assim como muitas mães que conhecemos, ela abriu mão de sonhos para cuidar de seus três filhos, e agora, trabalhando como motorista de aplicativo, ela também pretende retomar a sua carreira de advogada.
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Em entrevista ao Mundo Negro, a atriz diz o quanto se identificou com a sua personagem, enquanto uma mãe e mulher negra. “Minha carreira de pessoa pública começou aos meus 36 anos. Onde eu já tinha a minha carreira de repórter lá formada, e de repente eu pude realizar um sonho que eu nem sabia que tinha, porque eu não tinha esse direito de sonhar”, diz.
“Deise precisou adormecer esse sonho porque ela tinha a urgência de alimentar as crias. Então precisou desses filhos já estarem independentes para ela poder dizer: ‘agora eu posso pensar em mim’. Esse é um depoimento de várias mulheres. O sonho de Deise é ser doutora para resolver os problemas da mesma forma que ela vê a mãe dela, a Dona Geni, que não foi pra faculdade, que não alisou o banco da ciência, como a gente fala aqui na Bahia, mas que tem uma sabedoria que Deise olha e se inspira”, acrescenta.
Para a Maíra, mulheres reais como a Deise, que lhe inspiram. “São as mulheres do Mundo Negro. São as mulheres que eu sei que não podem realizar os seus sonhos porque precisam colocar comida na mesa”, afirma.
Para Solange Couto, 67, que interpreta a avó Geni, ela revela que neste momento, está vivendo um momento semelhante ao da personagem, com o retorno do filho mais velho para sua casa.
“O mais velho está me ajudando porque eu sou mãe solo de três filhos. Eu sou mãe solo de um filho que hoje tem 50 anos, eu sou mãe solo de uma filha de 33, e sou mãe solo de um filho de 13. Para mim não há complicação da convivência geracional dessas coisas”, explica.
Já no âmbito amoroso, Solange revela detalhes sobre como será a passagem de Geni na série. “Ela é uma viúva de esperançar ao receber bilhetes, cartas anônimas, e querendo se apaixonar, descobrindo que alguém se apaixonou por ela, mesmo ela sendo uma mulher bem madura. Esse problema a Solange não tem, não. A Solange, de boa [brinca]”, diz animada.
“Mas a Geni foi procurar esse admirador, esse apaixonado que manda flor, que manda bombom, que manda presente para ela e ela não descobre quem é. E ela está pronta para viver essa paixão, esse momento novo. Além de ser essa matriarca, essa mãe, essa avó, essa bisa, ela é essa mulher que está viva querendo se apaixonar e se sentindo atraente, se sentindo diva para alguém ainda. Isso é maravilhoso”, conta.
A série também irá retratar um homem negro de forma diferente do que vimos em muitas produções audiovisuais, com destaque à Jorge, interpretado por Érico Brás, 45. O padrasto de Pê e pai da Paty (Gabriela Dias), os ama igualmente, além de ser leal à esposa e um homem que já foi bem sucedido, mas que precisará recomeçar tudo do zero com o apoio da família.
“Essa família é uma família que a gente queria ver há muito tempo no audiovisual. E diferente do que a gente conhece por aí, quando se retrata a família preta e, de modo especial, o homem preto nas famílias, a gente está fazendo super diferente. O Jorge é outro cara. O Jorge mora na casa da sogra hoje, já morou com a família dele em São Paulo. Era bem de vida”, pontua.
Para Érico, é muito importante essa retratação de real de um homem negro que também existe fora dos estereótipos negativos. “Ele ama esses filhos, o que é dele e o que não é dele. Ele ama essa esposa Deise. Ele colabora, joga com ela. Se ele puder colocar mais sonhos em cima dos sonhos dela, ele vai. Então, isso tudo é muito diferente do que a gente já viu por aí”, afirma.
“O grande barato é que a gente está podendo contar essa história, contar esse Jorge, esse homem preto, dessa forma, porque ele existe também. Então a gente precisa olhar pra essa série com um olhar mais gostoso, né? Porque essa é a realidade da família brasileira. O Jorge é um homem preto que gosta da família que ele tem”, conclui.
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