A Copa está chegando, mas se tem um tema que o Brasil é um dos melhores do mundo, além do futebol é a publicidade. Somos o terceiro país com mais premiações em publicidade do planeta. Só na última edição do Cannes, as agências do Brasil somaram 70 prêmios. Se de um lado os números impressionam, do outro há de se lastimar o distanciamento do que essas campanhas apresentam, do que é o Brasil de verdade em termos de visual e identidade. Essa foi uma das reflexões do publicitário Felipe Silva, Sócio-Diretor da Gana durante o primeiro dia do RD Summit, que acontece em Florianópolis
“Vocês conseguem se lembrar de alguma campanha que te impactou esse ano?”, provoca Felipe que completa. “O nosso público, o Brasil real, não está representado nas campanhas premiadas”.
Notícias Relacionadas
Desinformação ameaça o voto negro nas eleições americanas
Quincy Jones, lendário produtor de ‘Thriller’, morre aos 91 anos
Gana foi a agência responsável, em parceria com o Spotify, pelo podcast do Mano Brown, Mano a Mano. E muito do sucesso de público e crítica, é resultado de um produto que conversa com os brasileiros de uma forma brasileira. “A Gana é uma agência preta e com toda essa potência na nossa linha de frente, trazendo nossa origem e a nossa gente”, completou o publicitário.
Outra lembrança trazida durante sua palestra foi o sucesso da novela Pantanal. “Esse novela foi um fenômeno, um case de sucesso e um dos maiores engajamentos dos últimos tempo, batendo Netflix e outros streams. Isso porque a novela era um conteúdo brasileiro, sobre a nossa mata e o nosso povo”.
E como ele mesmo comentou, “a publicidade brasileira não gosta do Brasil”, e o que vemos nas TVs e revistas, são campanhas feitas para manter o Brasil entre os países mais premiados na publicidade mundial. “Os modelos, as campanhas, se parecem mais com os gringos do que com a gente. É preciso fazer uma publicidade brasileira com passinho, com pagode e piseiro. Nossas marcas vão vender muito mais se a gente se conectar com o Brasil de verdade”, finalizou.
Notícias Recentes
Negros Trumpistas: para cientista político americano, empreendedorismo atrai jovens negros ao voto em Trump
Com 28 Grammys e 60 anos de carreira transformadora no jazz e no pop, Quincy Jones construiu parcerias históricas