Mais do que letras de protestos, Devotos, a banda de punk hardcore pernambucana, também transforma seus shows em um culto aos orixás! Para o especial do Novembro Negro, eu entrevistei o vocalista Cannibal, após uma recente apresentação da banda na abertura do grupo Nação Zumbi, em São Paulo, celebrando 30 anos do álbum ‘Da Lama ao Caos’. Com o estilo , eu presenciei não apenas músicas contra a desigualdade social, mas a celebração às religiões de matriz africana e conheci a história do ex-escravizado e líder quilombola, Benedito Meia-Légua, que inspirou o single ‘Mas Será o Benedito?’.
“Trazer os orixás para dentro da nossa música punk não é fácil porque a gente é de outra época, de uma pós-ditadura, de punks muito ‘brabos’, muito revoltados. A religião, seja ela qual for, passava muito longe do movimento punk. Mas me reprimir do que eu estou sentindo e do que eu quero passar não era muito legal”, relatou o vocalista para o Mundo Negro. “Eu não sou de dentro da religião de matriz africana, eu não frequento, mas eu leio e tenho muito respeito. Eu cultuo Exu e eu sei a força que tem esse orixá. E uma das coisas que a gente reivindica dentro do punk é a liberdade de expressão”, afirmou.
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Já a história que inspirou o single ‘Mas Será o Benedito?’, é sempre contada antes de tocar no show. A expressão popularmente conhecida no Brasil, é inspirada em Benedito Caravelas, mais conhecido como Benedito Meia Légua. O ex-escravizado e líder quilombola nascido em Espírito Santo, fazia constantes viagens a pé para o Nordeste e tinha como missão libertar pessoas escravizadas. Ele ficou famoso por invadir fazendas, quebrar senzalas e organizar fugas. “Mas Será o Benedito?”, seria uma expressão muito dita na época, destacando sua importância na luta contra a escravidão.

“Quando eu descobri a história do Benedito, eu me encantei e vi como nós temos tantos protagonistas aqui dentro do Brasil que não são conhecidos. Uma frase tão impactante, existiu uma pessoa com esse nome e eu não sabia. É sempre bom a gente enaltecer essas pessoas que são protagonistas. Eu acho que uma das coisas que o fascismo fez, que a sociedade fez, foi esconder essas pessoas fortes da negritude, daquela época”, contou Cannibal, que cresceu ouvindo essa expressão de sua mãe.
Em agosto deste ano, Devotos foi reconhecida como Patrimônio Imaterial do Recife. A banda formada por Cannibal, Neilton e Celo Brown, surgiu da periferia de Alto do José do Pinho em 1988, mantendo a mesma formação do ano de surgimento ao longo dessas quase quatro décadas de carreira. Ao falar sobre a relação com a banda Nação Zumbi e o movimento manguebeat, que também surgiu no final dos anos 90, Cannibal destaca a força cultural de Recife que permanece até hoje.
“Devotos e Nação em cima de um palco é uma combinação muito perfeita da história pernambucana. Um é do mangue do asfalto e outro é do morro da periferia. E quando os dois se juntam, aquilo ali vira uma mágica. A gente não quer saber se um é punk, se o outro é do mangue, se o outro é do rap, se o outro é do samba. A gente quer estar junto porque a gente quer somar nossas músicas”.
Leia a entrevista completa abaixo!

1. O single “Mas será o Benedito?” apresenta ao público a história de um ex-escravizado. Como nasceu essa música e o que ela representa dentro do momento atual da banda e do Brasil?
A música “Mas será o Benedito?” surge a partir do momento que eu descobri a história. Era uma frase que minha mãe falava muito quando a gente estava perreando dentro de casa. E a mãe dela também falava muito para ela. Era uma frase muito comum de se falar na nossa época de criança. Ouvia muito as mães dos meus amigos falarem quando estavam reclamando com eles: “Será o Benedito, que esse menino não fica quieto?”. E até então, eu não sabia da história. Quando a gente descobre a história, eu como músico, logicamente me inspira. Me inspira por duas coisas. Uma que é justamente o lado positivo dessa tecnologia que a gente tem agora, que tem muitas coisas que estão no livro, mas são livros muito escondidos da gente, população negra. Então você tem que tá praticamente dentro daquele círculo de pessoas que estão mais ligadas naquilo. Quando você não tá, aí a internet te ajuda a isso. Quando eu descobri a história do Benedito, de quem ele era, do que ele fez, eu me encantei e vi como nós temos tantos protagonistas aqui dentro do Brasil que não são nem conhecidos, nem reconhecidos e muito menos lembrados. Uma frase tão impactante, existiu uma pessoa com esse nome e eu não sabia. Poucas pessoas sabem. Até hoje, antes de cantar a música, eu sempre gosto de falar dela sobre porque eu fiz, como foi e quem é. Quando termina o show, eu gosto muito de ir na banquinha vender os produtos do Devotos e sempre chega alguém e diz: “Cara, não sabia da história do Benedito. Minha mãe sempre falava para mim também quando eu era criança, quando eu tava perreando”. É sempre bom a gente enaltecer essas pessoas que tem que ser e são protagonistas. Eu acho que uma das coisas que o fascismo fez, que a sociedade fez, foi justamente esconder essas pessoas fortes da negritude, daquela época. Luiza Mahin, Zumbi dos Palmares… Zumbi eu acho que é um dos mais conhecidos, mas a história dele, poucas pessoas falam, principalmente as pessoas que são do subúrbio, que não tão muito aí pra história, pra literatura. Então, essas coisas têm que ser faladas. Já que a gente consegue subir em cima de um palco, ter um microfone, consegue fazer música, das artes é a mais consumida, então a gente traz para dentro e começa a mostrar o povo da gente, começa a mostrar as pessoas que são parecidas com a gente e que são verdadeiros heróis. Foi por isso que eu fiz a música e a gente colocou no repertório com toda aquela vontade de mostrar uma pessoa que tem que ser falada. A gente tem que fazer isso com todo mundo que a gente conhece, que a gente sabe que teve uma importância muito grande para a mudança social da negritude dentro do Brasil.

2. Em agosto deste ano, o Devotos foi reconhecido como Patrimônio Imaterial do Recife, um marco histórico para o punk. O que esse reconhecimento significa para vocês, vindos do Alto José do Pinho, e para a cena independente da periferia?
É um significado muito forte, porque é um título dado às artes de transformação, uma coisa que a Devotos sempre pregou. Devotos foi fundada em 1988 para mudar um quadro social através da música. Se ia mudar ou não, a gente não sabia, mas a gente queria falar desse nosso inconformismo perante a nossa comunidade: falta de saneamento, falta de segurança. Muitas coisas a gente conseguiu e muitas coisas a gente ainda vai conseguir. A gente tem um pé no chão que nem tudo tá resolvido e nem tudo vai se resolver de uma hora para outra, mas a gente tem que estar reivindicando e a gente tem que estar falando, principalmente através da arte. Esse título para nós é muito importante porque a gente sabe a transformação que a gente criou, que a gente conseguiu aqui dentro da comunidade e em várias outras comunidades, na sociedade em geral.
Devotos é uma banda que é lembrada, quase como uma ONG. A gente não tem uma bandeira, a gente milita em todas as bandeiras que a gente vê que podemos fortalecer. A gente fala de LGBTQIA+, de gordofobia, de racismo. A gente não fala sobre uma coisa ou ser ligado a uma coisa, a gente fala de tudo porque a gente sofre tudo isso dentro da nossa periferia. A gente tem amigos gordos, negros, gays, tem todo tipo de gente que tá aqui, que são pessoas de força, de pensamento, de atitude e são pessoas que são hostilizadas como a gente. Então, se a gente for querer resolver só os nossos problemas, os outros problemas vão nos afetar também. Se tá todo mundo brigando por todo mundo, acho que a gente consegue viver melhor. Nós por nós! O impacto do título pro outro do Alto do Pinho, pras periferias, pra cena underground alternativa daqui de Pernambuco, foi muito forte, porque é uma banda punk de periferia.
Esse título foi dado por Cida Pedrosa, uma vereadora daqui de Recife. E antes a gente já tinha feito um barulho quando a gente foi homenageado pelos 30 anos do Devotos, quando a gente foi homenageado pelo deputado José Isaltino Nascimento, e ele colocou a gente para se apresentar na Câmara Municipal do Recife. Foi uma loucura porque nunca tinha entrado uma banda ali dentro para tocar, principalmente uma banda punk. Aquilo ali foi um marco.
E aí eu já abro o leque para várias outras bandas importantes da cena. Ratos de Porão, Inocentes, Cólera, Flicts, Agrotóxico, Punho de Mahin, Black Pantera, Plugins, Saga HC, O Cão, essas bandas daqui do Alto do Pinho, Matalanamão, Nanica Papaya, Ostenta, Terceiro Mundo, O Verbo, Face do Subúrbio. É uma galera que é totalmente alternativa underground e que tem o discurso. Eu acho que isso é uma das coisas mais importantes quando você se propõe a fazer arte, é você fazer o que sente. E essa leque que eu te falei, eles falam o que sente. É muita coisa positiva que a gente tem através da música dentro do nosso país e que ainda não tá no mainstreams. Essas pessoas são importantes para mudar um quadro social, são importantes para as crianças e para os adolescentes. Um dia que a gente conseguir pensar a cultura dessa forma, a gente vai ter um Brasil melhor, porque o Brasil cultural ainda não é esse que tá no mainstream da televisão, das mídias, ela é um mecanismo muito grande para mudar e para conquistar isso. Eu acho que arte salva, como me salvou.

3. Recentemente, vocês abriram o show da Nação Zumbi na celebração dos 30 anos de “Da Lama ao Caos”, em São Paulo. Como foi esse encontro entre duas bandas que se tornaram símbolos de resistência e identidade cultural de Pernambuco?
Tocar com a Nação Zumbi nos 30 anos do “Da Lama ao Caos”, para nós é de uma alegria e uma satisfação muito grande. Devotos é de 1988 e o movimento mangue surgiu no final dos anos 90, a gente viu esse movimento surgir. Chico Science era amigo da gente. Nação Zumbi, quando surgiu, foi uma coisa fenomenal. Nação Zumbi e o manguebeat, quando surgem, as artes surgem junto com Recife, porque eles começam a mostrar tudo isso. Quando o movimento mangue acontece, quando o Chico começa a falar sobre Jorge Joel de Castro, começa a falar sobre a teoria do caos, aí vem tudo de vez também. Aparece as artes plásticas, a literatura, a dança, a fotografia, a moda. Toda essa movimentação cultural de Recife aparece junto com o movimento mangue. É o diferencial do movimento mangue para todos os movimentos do mundo, porque no mundo os movimentos são muitos, são todos cada um do seu quadrado. Movimento de música, como a Tropicália, rock, blues, jazz e tal. Mas com manguebeat não, a música é o carro chefe, mas alavanca tudo isso que tá junto. Eu vim bem antes disso. A gente tava naquele marasmo, não acontecia nada em Pernambuco, não acontecia nada em Recife, e de repente surge um movimento mangue que alavanca tanta coisa que leva uma banda punk junto que é o Devotos. A primeira vez que a gente apareceu dando uma entrevista na TV a nível nacional foi o Chico apresentando Devotos. Ele vem aqui em casa de surpresa, diz que tem uma TV que pediu para ele mostrar os grupos culturais de Recife e ele queria mostrar o Devotos. Foi quando a gente se reuniu e ele fez essa matéria com a gente. Tinha 10, 20 bandas de mangue em cada esquina, mas ele veio ao Alto para apresentar uma banda punk que ele sempre gostou. Então, quanto eu tô ali em cima daquele palco da Áudio abrindo o show, tocando com os caras, eu fico lembrando de tudo isso lá atrás. E como você falou, duas bandas muito emblemáticas, duas bandas que sonoricamente soa diferentes, mas tematicamente a gente é muito igual. A gente fala de problemas sociais. A gente não tem uma bandeira, a gente fala nos problemas de todos. E a coisa mais primordial, a gente se gosta, se considera, se respeita como pessoa, como amigo e fazemos questão de um tá junto com o outro. Devotos e Nação em cima de um palco é uma combinação muito perfeita da história pernambucana. Um é do mangue do asfalto e outro é do morro da periferia. E quando os dois se juntam, aquilo ali vira uma mágica. A gente não quer saber se um é punk, se o outro é do mangue, se o outro é do rap, se o outro é do samba. A gente quer estar junto porque a gente quer somar nossas músicas e também não quer ficar na mesmice de fazer um som tão igual a todo mundo. Então eu estou em roda de maracatu, tenho minha banda de reggae, Café Preto, que é outra história. Pernambuco é muito isso!
4. Como foi para a banda começar a trazer referências de religiões de matriz africana para as músicas? E como vocês veem a relação entre a ancestralidade dos orixás e outras entidades com o rolê punk?
Trazer os orixás para dentro da nossa música punk não é fácil porque a gente é de outra época, de uma pós-ditadura. Eu acho que até dentro mesmo da ditadura, a gente já estava fazendo som. É uma época de punks muito brabos, muito revoltados. A religião, seja ela qual for, passava muito longe do movimento punk. A maioria nem acredita, não está nem aí para isso. Então, para nós, era muito difícil falar sobre isso. Mas aí você que faz arte, mas já é uma coisa minha, eu faço arte primeiro para mim, para depois soltar pro público. Então, me reprimir do que eu estou sentindo e do que eu quero passar não era muito legal. Eu preferia ser hostilizado de alguma forma, mas eu passei minhas verdades. Eu não sou de dentro da religião de matriz africana, eu não frequento, mas eu leio e tenho muito respeito. Eu cultuo Exu e eu sei a força que tem esse orixá, que é um dos orixás que mais se parecem com o ser humano, porque Exú é de paz, Exú é de guerra, Exú é de sangue, é de luta, gosta de se divertir, gosta de brincar, e o ser humano é muito isso. Mas a igreja demonizou muito Exú, de uma forma que a desconstrução tá acontecendo, mas é muito lenta. É muito importante a gente falar sobre isso, sobre religiões de matriz africana que chegaram no Brasil e foram demonizadas. É importante a gente falar sobre isso nas nossas músicas. E também é importante a gente deixar que o povo decida o que é bom e o que é ruim para eles. E não alguém dizer que essa religião é boa, essa religião é ruim. Eu acho que o que é bom para você, é o que te faz feliz, é o que te traz paz, te traz felicidade.
Quando eu tô em cima do palco falando sobre aquilo, eu fecho o olho e sinto uma paz muito grande dentro de mim. Eu não sei se tô transmitindo pras pessoas, mas se elas sentirem o que eu tô sentindo ali dentro, com certeza elas vão sair do show uma pessoa melhor. E o propósito do Devotos é isso: fazer com que você pense e que saia do show uma pessoa melhor. É como o Chico falava: ‘o show do Devotos é uma diversão com responsabilidade’.
E uma das coisas que a gente reivindica dentro do punk é a liberdade de expressão. Essa liberdade de expressão cabe dentro das nossas inspirações de se fazer arte, de se fazer música. Acho que cada vez mais eu vou cultuar.

5. Com 37 anos de estrada, o Devotos segue fiel às suas raízes e mensagens de luta, denunciando a desigualdade racial e social. Olhando para essa trajetória, o que vocês consideram a maior conquista da banda — e o que ainda sonham realizar?
Eu acho que a maior conquista da gente é permanecer na ativa e sem nunca ter mudado. A formação da gente tem a mesma idade da banda, 37 anos. O primeiro guitarrista saiu, e no mesmo ano Neilton entrou. 37 anos juntos: eu, Celo e Neilton. Acho que o maior legado de tudo isso, quando você faz arte, principalmente com banda – que é muito difícil a convivência, é chegar nessa longevidade com as mesmas pessoas. Eu sempre falo isso para todo mundo que quer fazer banda. Eu participo muito de roda de diálogo e sempre a gurizada, os adolescentes que estão fazendo banda, perguntam como é chegar a 37 anos de banda. Eu costumo dizer pra galera que seja em qualquer lugar que você for, que você for trabalhar em grupo, você não procurar só os melhores. Porque a gente às vezes vai fazer uma banda, procura o melhor guitarrista, melhor baixista, melhor baterista, melhor tecladista, melhor vocalista, sempre o melhor. A gente quer sempre ter o melhor em tudo quando a gente tá trabalhando em grupo. E a gente esquece de procurar os verdadeiros, porque os verdadeiros são os que somam. Os verdadeiros são os que sabem construir junto. Os verdadeiros querem sempre somar com o que você tem para apresentar e aí você cria uma identidade, porque quem faz música, quem faz arte, o importante de fazer tudo isso é ter uma identidade. Você ouvir um som e saber qual é a banda que tá tocando, sem precisar o vocal cantar. O Devotos conseguiu isso. Eu acho que o legado maior de você ter essa longevidade quando você faz arte é ter uma identidade.
Logicamente tem muita coisa. Olhar o Alto do Pinho com outros olhos. Ele era um bairro olhado muito pelo lado sensacionalista, mais policial, de violência. Tem muita coisa para se resolver, mas hoje em dia também é visto pelas bandas, pela sua cultura e o Devotos tem uma parcela muito grande nisso. Várias bandas inspiradas no Devotos, vários artistas que fala: “Fiz uma banda por causa de vocês, sou inspirado em vocês, gosto de vocês”. Essas homenagens que a gente tá recebendo é uma coisa muito gratificante e vigorosa, porque queira não queira, sempre que você é agraciado, sua autoestima cresce. E também estar aqui com vocês, numa página que luta pela negritude, conversando com a galera que reivindica deveres e direitos da população negra. Tudo isso para nós nesses 37 anos é muito satisfatório, muito vigoroso e a gente só cresce com isso, só dá mais vontade de tocar, fazer show, música, disco. E o futuro da gente é esse.
A gente tá com um disco para ser lançado pela Red Star, que é um selo de São Paulo do nosso amigo Jeferson, do Flicts. A ideia é que ele saia primeiro em vinil para depois de um ano ir pras plataformas musicais. Estamos fazendo músicas novas para o próximo disco do Devotos. Esse disco que vai sair agora é ao vivo de show. Mas já estamos planejando, compondo. Devotos é uma banda que sobrevive, vive do dia a dia, do cotidiano. A gente planeja logicamente o que quer fazer futuramente, mas a gente também vai fazendo. A gente dá um tempo, consegue fazer isso porque senão fica uma arte muito conturbada, para vender e a gente não é só para vender, a gente é para transformar. E para transformar você tem que estar bem, você tem que se policiar mentalmente e saudavelmente para poder passar sua boa energia para aquele público. Ninguém doente consegue passar uma boa energia para ninguém.
Há uns 10, 15 dias atrás, nós chegamos na nossa quarta turnê internacional. Fizemos Alemanha, França, Bélgica e Holanda. Foram 16 shows em 22 dias que nós passamos lá. Foi uma coisa muito pensada, sem edital, tirando do bolso, tirando de cachês que a gente faz e consegue tirar. E fizemos essa turnê já planejando a próxima. Então nosso “faça você mesmo”, tá 24 horas com a gente, desde o começo da banda, quando a gente não tinha instrumento e que Neilton fez a própria guitarra. Neilton hoje faz a guitarra, faz o próprio amplificador dele, agora a pouco montou um baixo para mim. O importante para nós é não parar de tocar e não parar de sonhar. E é isso que a gente sempre diz para todo mundo que tá começando: “Não pare de sonhar”.
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