Clínica multidisciplinar baiana quer ser um refúgio terapêutico que une ciência, acolhimento e identidade

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Clínica multidisciplinar baiana quer ser um refúgio terapêutico que une ciência, acolhimento e identidade
Foto: divulgação

No Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, celebrado em 27 de outubro, especialistas e organizações reforçam a urgência de ampliar o acesso da população negra a um cuidado integral, humanizado e representativo. Apesar de representarem mais de 56% da população brasileira, pessoas negras enfrentam maior risco de adoecimento, mortalidade materna, doenças crônicas e desigualdade no acesso a serviços de saúde.

A data foi criada para fortalecer políticas públicas e movimentos sociais em defesa da equidade racial. Um dos principais instrumentos para esse objetivo é a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), criada em 2009, que orienta a promoção da equidade racial no SUS e reconhece o racismo como determinante social de saúde.

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Dentro desse cenário de desafios estruturais, a clínica Baobá Saúde, fundada pela psicóloga Laíse Brito, se apresenta como um refúgio terapêutico que une ciência, acolhimento e identidade. A iniciativa surgiu em janeiro de 2025 com o objetivo de oferecer atenção integral à população negra, incluindo cuidados psicológicos e terapêuticos que consideram os impactos do racismo nas dimensões física, emocional e espiritual.

Segundo Laíse Brito, “cuidar da saúde da população negra é reconhecer histórias, corpos e subjetividades. É combater o racismo institucional, preparar equipes para um atendimento antidiscriminatório e garantir representatividade nos espaços de decisão. É compreender que a dor da população negra é real, que sua escuta é urgente e que seu tratamento deve respeitar suas especificidades biológicas, sociais e simbólicas”.

O espaço se consolidou como um exemplo de como iniciativas de saúde integral podem acolher e promover o bem-estar emocional e físico, integrando ciência e atenção às especificidades culturais e históricas da população negra. Para Laíse, “o racismo adoece, e se queremos falar de prevenção e de promoção de saúde, precisamos olhar para o impacto do racismo nas dimensões física, emocional e espiritual das pessoas negras. É isso que a Baobá se propõe a transformar”.

O 27 de outubro é um chamado à reflexão e à ação para gestores, profissionais e sociedade. Garantir saúde de forma equitativa exige atenção às diferenças raciais, étnicas e culturais, enfrentamento do racismo estrutural e compreensão de que cuidado integral vai além da ausência de doença, envolvendo qualidade de vida, pertencimento e reconhecimento das histórias da população negra.

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