
O empreendedorismo negro pulsa na economia brasileira, gerando renda, oportunidades e inovação. Mas, para que essa engrenagem continue girando, é preciso mais do que esforço individual: são necessárias políticas públicas capazes de articular recursos e criar condições para que esse ciclo não se quebre. É sobre essa força econômica e os caminhos para fortalecê-la que vamos falar nas próximas linhas.
Nos últimos anos, programas de incentivos públicos e projetos de lei vêm ganhando força para reduzir desigualdades históricas e impulsionar negócios liderados por pessoas negras. Além das iniciativas governamentais, as empresas privadas podem desempenhar um papel fundamental nessa empreitada — incentivar o afroempreendedorismo não é apenas um gesto de responsabilidade social, mas também um movimento estratégico para o desenvolvimento social e econômico do Brasil.
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Inclusão governamental e corporativa
São Paulo, Goiás e Pernambuco são exemplos de estados onde as políticas de inclusão ao empreendedor negro já se estabelecem. Mas, é importante ressaltar que temos em curso projetos de lei nacional para contemplar todos os estados brasileiros (Projeto de Lei n 2.538/20 e n 5.619/2023) ambos visando criar apoio e políticas públicas para fomentar o desenvolvimento econômico por meio do afroempreendedorismo.
O impacto desses recursos na engrenagem social e econômica do país colabora para quebrar o ciclo de exclusão financeira de pessoas que constroem diariamente soluções de negócios para toda a sociedade, e, com isso, fortalece a geração de renda, a mobilidade social e impulsiona recursos para uma economia mais participativa.As empresas têm um papel fundamental no processo de desenvolvimento social, e podem contribuir de diversas maneiras — desde apoio financeiro e institucional até a adoção de políticas de compra que priorizem produtos e serviços de empreendedores negros, fortalecendo cadeias produtivas de maneira sustentável e escalável.
Formalizar para crescer
De acordo com o portal SEBRAE (2025), pessoas negras representam 52% dos empreendedores no Brasil — cerca de 16 milhões de empreendedores. No entanto, 60,1% estão na informalidade, o que limita acesso a crédito e proteção social.
Esses dados reforçam a urgência de uma comunicação assertiva para a construção de processos que viabilizem a formalização desses negócios e a manutenção desses recursos, garantindo que o empreendedor tenha acesso a mecanismos estruturados que fortaleçam a empresa e assegurem sua competitividade e sustentabilidade no mercado.
De acordo com pesquisa realizada pela AfroBusiness, 64% dos empreendedores negros afirmam que seus negócios têm como missão fortalecer a identidade cultural e combater o racismo. Isso mostra que, para além de fazer a roda girar, eles também direcionam seus negócios de maneira inovadora.
É preciso reconhecer as pessoas negras como o que são: desenvolvedores de projetos que ampliam a transformação socioeconômica do país. Elas estão presentes na tecnologia, na moda, na beleza, na arte e, sobretudo, na alimentação — atuando tanto no e-commerce quanto nas periferias ou nas grandes metrópoles. Com maestria, poucos recursos e muita dedicação, esses empreendedores vêm construindo negócios inovadores que refletem resistência, criatividade e protagonismo, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento econômico e cultural do Brasil.
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