
Por Ivair Augusto Alves dos Santos
Na teledramaturgia brasileira, a novela Vale Tudo tem lugar de destaque por ser uma das de maior audiência na televisão e por trazer discussões sobre a alma do ser brasileiro.
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As mulheres interpretam as cenas mais brilhantes, pois tocam em assuntos sensíveis e delicados de relações amorosas, autonomia e independência, relações homoafetivas, relações inter-geracionais, o papel da mulher negra, relações inter-raciais e a sedução pelo poder e a riqueza.
Em uma novela com tantas situações complexas, a figura de Taís Araujo, como Raquel, e Bella Campos, como Maria de Fátima, representam um elenco de situações que são exemplos de opções para encararmos a vida em busca do sucesso. As duas têm uma qualidade: sabem manter o foco.
Com estratégias diferentes, ambas trabalham diariamente e estão concentradas em apenas uma única coisa, cada uma com uma visão. A personagem de Taís Araujo é exemplo de milhões de brasileiras que acreditam em seus talentos de cozinheiras. Já Maria de Fátima, de Bella Campos, exemplo de sedução da beleza que acredita que um casamento com um bilionário a levará ao sucesso.
O que é necessário destacar é como cada uma delas tem se construído sequencialmente. Uma única coisa por vez. Não estou mencionando nenhum aspecto de moral ou de ética. Cada uma dessas duas mulheres acredita que está fazendo o certo para atingir os seus objetivos.
Bella Campos, no papel de Maria de Fátima, age, se articula e pensa como um diretor de uma corporação de forma amoral; segue à risca as regras no mundo competitivo das grandes corporações e das famílias que enriqueceram no Brasil. Não há tempo a ser desperdiçado, e age de forma maquiavélica com um único objetivo que é preciso ser buscado incansavelmente: casar com um bilionário.
A protagonista Raquel aprendeu a viver e a acreditar nas virtudes do trabalho duro, honestidade, no seu talento de cozinhar, na solidariedade dos amigos, no amor sincero, na disposição infinita de ter esperança na superação das dificuldades do livro quotidiano, como um empresário a vencer os atropelos da vida. Nada a abala. Ela sempre sonha e trabalha, trabalha muito para o dia seguinte. Ela pensa numa coisa. Persegue essa coisa que escolheu.
As duas mulheres negras são exemplos de vida, de forma exagerada que o drama de uma novela nos leva a nos tornar admiradores e apaixonados.
A trama tem belos diálogos, interpretações majestosas e nos leva a ver com um olhar mais crítico a dura a realidade de uma sociedade tão desigual.
Como é gostoso ver as vitórias de Raquel no trabalho, ver a sua resiliência em relação à vida. Cada vitória e descoberta da verdade tornam a nossa vida mais alegre, para sonhar e dizer para nossos filhos e netos: “Acreditem no trabalho, vejam, é possível! Mantenham o foco”.
Do outro lado está a liberdade da sedução de uma mulher negra linda, talentosa, determinada. Maria de Fátima não é o modelo de filha, mas é uma batalhadora amoral, com habilidade política e uma inteligência emocional surpreendente.
Viva a teledramaturgia brasileira, que nos faz fantasiar e ser mais críticos e sonhadores em relação à vida.
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