Museu Afro Brasil se posiciona após denúncias de ex-diretor artístico: “Não foi possível alcançar um acordo”

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Museu Afro Brasil se posiciona após denúncias de ex-diretor artístico: “Não foi possível alcançar um acordo”
Foto: Vida Sem Paredes

Após a repercussão da carta pública do curador Hélio Menezes e das renúncias de Rosana Paulino e Wellinton Souza ao Conselho de Administração, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo se manifestou oficialmente nesta quinta-feira (26). Em nota, a instituição afirma que a saída do então Diretor Artístico ocorreu “com base em critérios técnicos, após deliberação formal dos órgãos competentes da entidade, o Conselho de Administração e a Assembleia Geral, em estrita observância aos ritos legais e estatutários”.

Segundo a AMAB (Associação Museu Afro Brasil), que faz a gestão da entidade, a decisão teria sido motivada por divergências entre os objetivos de atuação do diretor e os limites orçamentários da instituição. O comunicado também afirma que foi oferecida a Hélio Menezes a possibilidade de permanecer como Curador Contratado, mas que não houve retorno por parte dele até o momento.

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“A medida foi motivada pela ausência de consenso quanto aos termos de atuação do diretor. Apesar dos esforços mútuos, não foi possível alcançar um acordo que equilibrasse as expectativas do diretor então com os limites orçamentários que regem a atuação da AMAB, enquanto entidade responsável pela gestão de recursos públicos”, diz o texto.

Em carta aberta publicada nas redes sociais nesta quarta-feira (25), Hélio havia mencionado que sua demissão ocorreu em meio a um período de grave problema de saúde e relatou que a instituição não teve respeito e práticas éticas desejáveis durante a sua internação hospitalar.

Entre as denúncias feitas pelo curador, ele também destacou que dois conselheiros do Museu Afro Brasil que renunciaram ao cargo, estavam entre as poucas pessoas negras com poder real de decisão dentro da instituição.

Em nota divulgada pelo Museu, eles lamentam o que chamou de “ataques pessoais”. A instituição defendeu os membros do Conselho, afirmando que foram eleitos por unanimidade e que atuam com base em “critérios técnicos, experiência em governança e compromisso com a sustentabilidade institucional da AMAB”. E destacaram que “a pluralidade de trajetórias profissionais, inclusive de lideranças executivas negras em espaços de cultura, é um valor que deve ser respeitado e valorizado”.

Ainda em relação às saídas de Rosana Paulino e Wellinton Souza, o Museu anunciou que a Rosana enviou sua decisão por e-mail no dia 24 de junho, e Wellinton formalizou sua saída no dia seguinte. A entidade afirmou que “endereçaremos os casos de acordo com o que rege a governança de nossa instituição”.

Além de relatar como foi a sua demissão, Hélio Menezes também destacou que o Museu Afro Brasil tem práticas de pessoalismo, pouca transparência e pessoas em cargos de poder que são contra a diversidade e o protagonismo negro. “Se nossos trabalhos criativos, nossas articulações políticas, estéticas e intelectuais não conseguem atingir o tutano do poder institucional, por que prosseguir?”, deixou o questionamento na carta aberta. A instituição não se aprofundou nesses detalhes em nota divulgada.

Leia a nota do Museu Afro Brasil na íntegra:

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, gerido pela Associação Museu Afro Brasil (AMAB), informa que a decisão de encerrar a relação institucional com o então Diretor Artístico foi aprovada com base em critérios técnicos, após deliberação formal dos órgãos competentes da entidade, o Conselho de Administração e a Assembleia Geral, em estrita observância aos ritos legais e estatutários. A medida foi motivada pela ausência de consenso quanto aos termos de atuação do diretor. Apesar dos esforços mútuos, não foi possível alcançar um acordo que equilibrasse as expectativas do diretor então com os limites orçamentários que regem a atuação da AMAB, enquanto entidade responsável pela gestão de recursos públicos. Inclusive, foi oferecida ao ex-diretor a possibilidade de seguir como Curador Contratado, proposta para que, até o momento, não houve retorno. A Associação também lamenta os ataques pessoais dirigidos à Presidência do Conselho de Administração, eleitos por unanimidade, e cuja atuação é pautada por critérios técnicos, experiência em governança e compromisso com a sustentabilidade institucional da AMAB. A pluralidade de trajetórias profissionais, inclusive de lideranças executivas negras em espaços de cultura, é um valor que deve ser respeitado e valorizado. Com relação à menção de renúncia de dois membros do nosso Conselho de Administração, Rosana Paulino informou por e-mail no final do dia 24/06/2025 o seu pedido e Wellington Souza no início da tarde de hoje, dia 25/06/2025. Endereçaremos os casos de acordo com o que rege a governança de nossa instituição. 

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