Erika Hilton reconhece que usou “tom errado” ao aconselhar Oruam após morte de jovem negro no RJ

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Erika Hilton reconhece que usou “tom errado” ao aconselhar Oruam após morte de jovem negro no RJ
Fotos: Reprodução/Instagram

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) disse, neste domingo (15), que errou ao comentar uma publicação do rapper Oruam. A parlamentar usou as redes sociais para se retratar, após a repercussão negativa da sua resposta ao artista, que pedia orientações sobre como reagir à morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, 23, jovem negro morto pela Polícia Militar em uma festa junina no Morro Santo Amaro (RJ), no início de junho.

A declaração inicial de Hilton sugeria que o rapper fizesse “revolução com o pé no chão”. Em sua retratação, a parlamentar disse que seu objetivo foi abrir um canal de diálogo com o rapper, que participou de um protesto na comunidade após a morte do jovem. “Eu, como uma deputada ciente dos movimentos que tentam criminalizar todos que vivem nas favelas, sugeri que Oruam fosse conhecer quem já faz um trabalho territorial em defesa das vidas negras e das periferias”, escreveu.

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Hilton admitiu que não tinha conhecimento completo sobre o histórico do artista naquele momento e que, em nenhum momento, sua interação teve o propósito de “apoiar, endossar, legitimar ou inocentá-lo de qualquer posição ou comportamento que ele venha a ter”.

A deputada ressaltou ainda o impacto que Oruam exerce sobre a juventude, mesmo com as suas contradições. “Se recusarmos o diálogo ao nos depararmos com toda contradição, estaremos eternamente imóveis, enquanto a extrema-direita ocupa todos os espaços com ódio, mentira e bala”, disse.

No vídeo, Hilton também fez referência ao seu histórico de atuação junto a fãs de artistas pop, mencionando a experiência de diálogo com fandoms. “Seguirei fazendo política com coragem, com responsabilidade e com os olhos voltados pro povo real, e não pros algoritmos do Twitter. Então vamos parar com esse freak show, com esse circo, com essa tentativa frustrada, porque não vai dar certo, e me fritar por causa de um tom errado que eu usei.”

Relembre o caso

A polêmica começou após a deputada responder, no X, a uma publicação de Oruam sobre a morte de Herus. O rapper havia perguntado “o que fazer?” diante da violência policial que resultou na morte do jovem Herus Guimarães Mendes da Conceição e deixou outros cinco baleados, no dia 7 de junho. Hilton sugeriu que ele se aproximasse de organizações comunitárias que atuam em defesa de moradores de favelas e contra a violência do Estado.

Entre as indicações feitas pela parlamentar estavam o Instituto de Defesa da População Negra (DPN), o coletivo Entidade Maré e a ativista e filósofa antirracista Katiuscia Ribeiro. Ela também citou o grupo Mães de Manguinhos, que reúne familiares de vítimas da violência policial. “Não existe saída individual pra problemas que são estruturais”, escreveu Hilton na ocasião.

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