O escritório Pinheiro Neto Advogados anunciou, nesta segunda-feira, 18, a demissão de Tatiane Joseph Khoury, 20, estudante de Direito da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), após sua participação em um episódio de ofensas racistas e contra cotistas e estudantes da USP (Universidade de São Paulo) durante os Jogos Jurídicos Estaduais.
De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bérgamo, do jornal Folha de S. Paulo, o escritório emitiu uma nota lamentando o episódio: “O escritório Pinheiro Neto Advogados lamenta o episódio ocorrido durante os Jogos Jurídicos Estaduais. Reiteramos que não toleramos racismo ou qualquer tipo de preconceito. Informamos que a estagiária envolvida nesse episódio não integra mais o escritório”.
Notícias Relacionadas
Manchete da Folha de S. Paulo sobre lavar 'tranças africanas' reforça estereótipos sobre penteados de pessoas negras
FBI investiga mensagens de texto racistas enviadas a pessoas negras em diversos estados dos EUA um dia depois das eleições
O caso ocorreu no último sábado, 16, em Americana, interior de São Paulo, quando vídeos que circularam nas redes sociais mostraram torcedores uniformizados da PUC-SP gritando palavras como “cotista” e “pobre” para ofender alunos da USP durante uma partida de handebol. Entre os gestos feitos pelos torcedores, houve alusões a dinheiro.
A reitoria da PUC-SP e as diretorias das faculdades de Direito de ambas as universidades publicaram notas de repúdio ao episódio, classificando as atitudes como “inadmissíveis” e contrárias aos valores das instituições.
A PUC-SP informou que abrirá um processo interno para investigar e responsabilizar os envolvidos. “Manifestações discriminatórias são vedadas pelo Estatuto e pelo Regimento da Universidade, além de serem incompatíveis com os princípios e valores de nossa Instituição. Nos solidarizamos com os estudantes ofendidos e com todos que presenciaram esse episódio intolerável”, afirmou em nota.
Além disso, a organização dos Jogos Jurídicos afirmou que os responsáveis pelas ofensas serão punidos. Parlamentares como a vereadora Luana Alves e a deputada federal Sâmia Bomfim, ambas do PSOL, acionaram o Ministério Público de São Paulo para que um inquérito seja aberto a fim de apurar os atos de racismo.
Notícias Recentes
Como a venda de bens públicos pela OI impacta a população negra?
Estagiária, estudante da PUC-SP, é demitida após ofensas a cotistas em jogos universitários