A quantidade de pessoas negras mortas pelas polícias Civil e Militar de São Paulo aumentou 83% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O número de pessoas brancos mortos também aumentou, porém em uma proporção menor, de 59%.
Os dados fazem parte de um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz, com base em informações oficiais da Secretaria da Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), e foram divulgados pela Folha de São Paulo, nesta terça-feira (22).
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Em nota, a pasta afirmou que as forças de segurança estaduais realizam abordagens seguindo parâmetros e procedimentos técnicos, com total respeito à lei. “Desde a formação e ao longo de toda carreira, os policiais paulistas passam por cursos de formação e atualização que contemplam disciplinas de direitos humanos, igualdade social, diversidade de gênero, ações antirracistas, entre outras”.
Nos primeiros oito meses deste ano, 441 pessoas foram mortas por agentes das forças de segurança em serviço no estado, em comparação com 247 no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 78%.
Dessas, 283 foram identificadas como negras (soma de pardas e pretas) e 138 como brancas. Outras 20 não tiveram a raça ou cor registrada no documento oficial da polícia. No ano anterior, 154 negros e 87 brancos foram mortos.
Com isso, quase dois em cada três mortos este ano eram negros (64% do total), enquanto o percentual de mortes de brancos foi de 31%.
Segundo o coordenador de projetos do Instituto Sou da Paz, Rafael Rocha, “o que a gente vê é um retorno a uma letalidade policial que tem cor, tem endereço, tem gênero. Não é à toa que, em 2024, o percentual de vítimas negras de letalidade policial em serviço bateu o recorde dos últimos anos”, disse à Folha.
“Se continuar nessa toada, nos próximos anos, a população negra vai ser o dobro de pessoas vitimadas do que a proporção dessas pessoas na população paulista, o que é muito triste”, completa.
Segundo o Censo 2022, a soma da população preta e parda corresponde a 41% da população de São Paulo.
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