Maior repatriação de arte afro-brasileira traz mais de 700 obras dos EUA para Salvador em 2025

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Maior repatriação de arte afro-brasileira traz mais de 700 obras dos EUA para Salvador em 2025
Foto José Adário: Divulgação

Uma coleção de 727 obras de arte afro-brasileira, atualmente em Detroit, nos Estados Unidos, será repatriada para o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), em Salvador, no segundo semestre de 2025. A coleção inclui esculturas em ferro e madeira, pinturas, gravuras e objetos religiosos e folclóricos, muitos dos quais criados por artistas autodidatas. Essa será a maior repatriação de arte afro-brasileira já realizada.

O acervo foi reunido ao longo de três décadas por duas colecionadoras americanas, Marion Jackson, professora emérita de História da Arte da Universidade de Michigan, e Barbara Cervenka, artista e monja dominicana. As duas octogenárias começaram a frequentar o Brasil em 1992, visitando mercados e estúdios de artistas, e adquiriram peças que retratam a mistura de elementos culturais do país, com forte influência africana.

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A repatriação das obras ocorre em um momento de crescente debate internacional sobre a devolução de patrimônios culturais adquiridos durante o período colonial ou por colecionadores ocidentais. No entanto, a diretora artística do Muncab, Jamile Coelho, destacou em entrevista ao jornal O Globo que este caso é diferente de outras devoluções recentes, como o manto tupinambá pela Dinamarca, pois as peças foram adquiridas legalmente, o que apresenta um novo desafio no processo de repatriação.

José Adário, conhecido como Zé Diabo, é um dos artistas cujas obras fazem parte da coleção. Aos 77 anos, ele falou sobre sua felicidade ao saber que 16 de suas esculturas de ferro, forjadas em homenagem aos orixás do candomblé, estarão expostas em Salvador. “É um mérito, porque esse é o museu mais belo de Salvador. Estava fechado há muito tempo, reabriu e isso é bom para a Bahia”, diz o artista.

A coleção será uma adição significativa ao Muncab, que reabriu recentemente após anos fechado, e promete revolucionar o acervo do museu. Segundo Coelho, as peças não só enriquecerão o museu, mas também estarão disponíveis para outros museus e curadores no Brasil e no exterior, promovendo um intercâmbio cultural.

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