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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) confirmando que foi importunada sexualmente pelo ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, conforme publicado pela colunista da Folha de S. Paulo, Monica Bérgamo. Esta é a primeira vez que a ministra oficializa a denúncia dos casos de assédio, que teriam iniciado no final de 2022, quando ambos faziam parte do grupo de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
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O depoimento, que durou cerca de uma hora, foi colhido por uma delegada, gravado e já transcrito. Segundo Franco, as ‘abordagens inconvenientes’ começaram durante o período de transição e, com o passar do tempo, evoluíram para importunação física. Entre os relatos, ela mencionou que Almeida chegou a tocar sua perna por debaixo da mesa durante reuniões públicas e insistiu nas investidas por vários meses, apesar de seus apelos para que ele cessasse o comportamento.
Antes da denúncia oficial, Anielle Franco já havia relatado a pessoas próximas dentro do governo o comportamento do ex-ministro. Em suas tentativas de resolver a situação diretamente com Almeida, deixou claro seu desconforto e desejo de que as importunações parassem. No entanto, mesmo com as tratativas, ambos continuaram trabalhando juntos em pautas de interesse comum de suas pastas, mas o comportamento do ex-ministro não cessou.
Além do depoimento de Anielle, outras mulheres também procuraram a organização Me Too para relatar casos de assédio sexual envolvendo Silvio Almeida, mas até o momento, elas não tornaram públicas suas identidades.
O ex-ministro nega as acusações e foi demitido pelo presidente Lula em 6 de setembro, após o portal Metrópoles revelar que ele havia sido acusado de assédio sexual por várias mulheres. Após a demissão, Anielle Franco publicou em suas redes sociais que “tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência”.
Silvio Almeida contratou uma equipe de advogados para defendê-lo das acusações, que inclui a ativista de direitos humanos Juliana Faleiros e os advogados Nélio Machado e Fabiano Machado da Rosa. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) foram acionadas por Lula para apurar os esclarecimentos de ambas as partes.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, anteriormente chefiado por Almeida, também tem sido alvo de denúncias de assédio moral, com pedidos de demissão em série desde o início da gestão, em janeiro de 2023. De acordo com o UOL, pelo menos dez procedimentos foram abertos para investigar as acusações de assédio dentro da pasta.
OBS.: É importante ressaltar que a violência doméstica é um crime grave e que as mulheres têm o direito de denunciar seus agressores. Se você está em situação de risco, ligue imediatamente para o 190. Para denunciar e buscar apoio, entre em contato com a Central de Atendimento à Mulher pelo número 180. Além disso, delegacias especializadas da mulher podem oferecer orientação e acolhimento. Lembre-se, você não está sozinha e há ajuda disponível 24 horas por dia.
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