A deputada federal pelo Rio de Janeiro, Benedita da Silva, de 82 anos, foi homenageada com o título de doutora Honoris Causa pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) na última segunda-feira, 26, em Seropédica, na Baixada Fluminense. A honraria foi entregue durante uma cerimônia aberta aos estudantes, marcada pela relevância simbólica da data: o Dia Internacional da Igualdade Feminina.
Durante a solenidade, Benedita da Silva ressaltou a dimensão coletiva da homenagem. “Esta é uma homenagem à palavra negra, à palavra mulher, à palavra periferia, à palavra dignidade, à palavra respeito”, declarou a deputada. A parlamentar também celebrou a homenagen com uma publicação nas redes sociais, onde escreveu na legenda: “Minha luta vem de muito longe, comigo trago muitas outras, que vieram antes de mim e espero inspirar as que virão”.
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Com uma trajetória política de mais de quatro décadas, a deputada é uma figura de destaque na luta pelos direitos das mulheres e da população negra. Ao longo de sua carreira, já ocupou cargos como vereadora, deputada, senadora, ministra, vice-governadora e governadora do Rio de Janeiro. Atualmente, cumpre seu terceiro mandato como deputada federal.
Uma trajetória de luta política representativa
Conhecida popularmente como Bené, Benedita iniciou sua carreira na Associação de Moradores do Morro Chapéu Mangueira e teve uma trajetória marcada por diversas profissões, incluindo camelô, empregada doméstica, professora, auxiliar de enfermagem e assistente social. Foi vereadora no Rio de Janeiro, deputada constituinte, deputada federal, senadora e vice-governadora. Em 1994, tornou-se a primeira mulher negra eleita senadora da República, e foi a única mulher negra a participar da Assembleia Constituinte.
A proposta para conceder o título a Benedita foi apresentada pelo técnico-administrativo Maurício Marins, do Instituto de Tecnologia da UFRRJ. Durante a sessão do Conselho Universitário, Maurício destacou a atuação de Benedita na implementação de políticas de cotas e em iniciativas voltadas para as universidades, especialmente a UFRRJ.
Os conselheiros presentes se manifestaram, elogiando a trajetória de Benedita e ressaltando sua importância como símbolo de representatividade para as mulheres negras. O título de Doutora Honoris Causa foi aprovado por aclamação.
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