Cidades da Região Metropolitana de São Paulo com maior número de jovens têm maior população negra

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Cidades da Região Metropolitana de São Paulo com maior número de jovens têm maior população negra
Foto: Prefeitura de Francisco Morato

As cidades da Grande São Paulo com maior proporção de jovens são também as que apresentam os maiores percentuais de população preta e parda, conforme o último Censo do IBGE. A análise da Agência Mural revela que a população negra representa 45,4% dos 20 milhões de habitantes da Região Metropolitana, e esse crescimento é especialmente notável em municípios com faixas etárias mais baixas.

Francisco Morato, situada na região norte, destaca-se como a cidade com a maior população negra, onde 62,1% dos moradores se identificam como pretos ou pardos. Esse percentual é um aumento significativo em relação aos 44,7% registrados no Censo de 2010.

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Os dados indicam uma correlação entre a idade média da população e a diversidade racial. Em Francisco Morato, uma das cidades mais jovens da região, o percentual de pretos e pardos cresceu 17,4% nos últimos 12 anos. Embu das Artes, que ocupa a segunda posição, também viu sua população preta e parda atingir 61,4%, refletindo uma redução de 10,7% na população branca e 45,2% na população amarela desde 2010.

Cidades como Itapevi, Itaquaquecetuba, Pirapora do Bom Jesus, Itapecerica da Serra, Ferraz de Vasconcelos, Rio Grande da Serra, Franco da Rocha e Diadema estão entre os municípios com maior concentração de jovens e apresentam também os maiores índices de população preta e parda.

Crescimento da população negra na Grande São Paulo

A Região Metropolitana de São Paulo, com 20,7 milhões de habitantes, mostra que a composição racial tem mudado ao longo dos anos. No censo de 2010, os pardos representavam 32,8% da população e os pretos, 6,4%, totalizando 39,2%. Em 2022, a proporção de negros aumentou para 45,4%, divididos em 35,6% de pardos e 9,7% de pretos. Esse aumento se deu em ritmo superior ao crescimento total da população na região.

Os dados do IBGE também indicam que os brancos agora representam 52,8% da população, enquanto os amarelos e indígenas somam 1,7%.

As cidades com maior população idosa, como São Caetano do Sul, São Lourenço da Serra, Mairiporã e Guararema, exibem menor diversidade racial. São Caetano do Sul, por exemplo, é a cidade mais branca da Grande São Paulo, com apenas 18% de negros. No entanto, o número de pretos e pardos na cidade subiu de 19.203 para 30.687 entre 2010 e 2022, um crescimento de 59,8%.

São Lourenço da Serra, Mairiporã e Guararema são exceções entre as cidades mais idosas, apresentando um grande aumento na população negra nos últimos 12 anos, com Mairiporã e Guararema registrando um crescimento de mais de 50%.

Redução de outras raças
A análise dos dados também revela que 24 municípios da Grande São Paulo viram uma redução nas populações de outras raças. Juquitiba, em particular, registrou uma diminuição de 50% em sua população amarela, 14,6% na branca e 5,6% na indígena, resultando em uma perda total de 4,6% de seus moradores. No entanto, o número de pretos e pardos aumentou em 13,2% no mesmo período.

Contexto nacional
Esse fenômeno não se limita à Região Metropolitana de São Paulo. Nacionalmente, pela primeira vez desde 1991, a maioria dos brasileiros se declara parda, representando 45,3% da população. Quando somados aos que se identificam como pretos, a proporção chega a 55,5%, segundo o IBGE.

O estudo reflete uma transformação na composição racial do Brasil, com uma tendência de crescimento mais acelerado entre a população negra, especialmente em áreas urbanas e entre os mais jovens.

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