Blake Bolden, frequentemente referida como a ‘Jackie Robinson’ do hóquei feminino, em referência ao primeiro homem negro a integrar a liga de Beisebol norte-americana, continua a romper barreiras em um esporte historicamente dominado por homens brancos. Primeira mulher negra a jogar na extinta Liga Nacional de Hóquei Feminino (NWHL) em 2015 e, em 2020, a primeira mulher negra a se tornar olheira profissional no time de hóquei Los Angeles Kings, ela está trabalhando pela inclusão no esporte.
Atualmente, Bolden exerce múltiplos papéis na organização dos Kings, sendo especialista em crescimento e inclusão, além de integrar a Coalizão de Inclusão de Jogadores da NHL. Sua missão é clara: diversificar o hóquei e garantir que jovens de comunidades marginalizadas tenham acesso ao esporte.
Atualmente, a fundação dos Kings, sob o trabalho liderado por Blake Bolden, mantém uma parceria com o ’24 Degrees of Color’ (ou ’24 Graus de Cor’, na tradução para o português), fundada por Kendal Troutman, mãe de uma patinadora artística negra e ativista da diversidade nos esportes no gelo. Juntas, as duas trabalham para diversificar a patinação no gelo e o hóquei em Los Angeles, nos EUA, tornando esses esportes mais acessíveis financeiramente e garantindo uma representação diversificada nas pistas. O programa busca introduzir os jovens a esportes recreativos no gelo, fornecendo também recursos para competirem, se assim desejarem.
“É por isso que Kendall e eu nos damos tão bem – nossas missões e valores estão tão alinhados”, compartilhou Bolden, ao relembrar suas próprias dificuldades ao crescer jogando hóquei juvenil em Cleveland. “Foi muito desafiador. Financeiramente, acho que é quase impossível, especialmente se você está apenas entrando no jogo e não tem um plano.”
O trabalho de Bolden, inspirado por sua própria experiência de ser frequentemente a única pessoa negra e a única garota em seu time, é orientado pela determinação de diversificar o hóquei e criar recursos para famílias que não sabem os próximos passos. “Meu principal objetivo é apenas diversificar o jogo. A NHL tem este slogan que diz: ‘O hóquei é para todos’, e foi basicamente isso que mantive durante toda a minha vida porque, em cada pista em que entrei, eu era a única pessoa negra. Na maioria das vezes, eu era a única garota do meu time. É muito importante para mim agora espalhar esta mensagem para garantir que uma pessoa de cor, ou a garota de um time só de meninos, se sinta acolhida”, afirma Bolden.
Buscando servir de inspiração para aqueles que virão depois dela, Bolden enfatiza a importância de criar e encontrar oportunidades no hóquei: “Você pode ser um olheiro profissional, pode trabalhar em operações de hóquei se estiver interessado. Você pode ser um treinador, um gerente geral, qualquer coisa neste esporte, desde que continue a se esforçar para encontrar seu pessoal”, conclui.
Com informações da revista ESSENCE.