Após sua renúncia ao cargo de presidente da Universidade de Harvard, Claudine Gay falou sobre os desafios e críticas que recebeu depois de suas declarações no Congresso dos Estados Unidos. Em um artigo publicado no The New York Times, intitulado “O que aconteceu em Harvard é maior do que eu”, ela detalhou os ataques pessoais e profissionais que enfrentou, e advertiu: “Eles reciclaram estereótipos raciais desgastados sobre o talento e o temperamento dos negros”.
Na terça-feira, 2, Claudine Gay, a primeira mulher negra a presidir a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e a segunda mulher a ocupar o cargo na instituição, anunciou sua saída do cargo após uma série de controvérsias que surgiram depois de um depoimento no Congresso dos Estados Unidos, onde foi questionada sobre manifestações pró Palestina que ocorreram no campus da instituição, além disso, Claudine teve suas pesquisas acadêmicas questionadas e foi acusada de plágio, o que não foi constatado após análise inicial. Foram identificadas apenas citações que deveriam ser corrigidas.
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No artigo publicado na noite da última quarta-feira, 3, a ex-presidente ressaltou a intensidade dos ataques direcionados a ela e à Harvard, descrevendo as críticas como uma campanha mais ampla para minar pilares essenciais da sociedade americana. A agora docente, enfatizou que sua renúncia foi uma forma de impedir que os detratores usassem sua presidência para minar os valores que sempre foram fundamentais para Harvard.
Ao abordar os equívocos cometidos durante sua gestão, Gay reconheceu seus erros e defendeu a substância de suas pesquisas, focadas na representatividade das minorias na política americana. Ela destacou que seu trabalho acadêmico ofereceu insights cruciais sobre como a inclusão dessas comunidades marginalizadas fortalece a democracia: “Poucos comentaram a substância dos meus estudos, que se centram na importância da ocupação de cargos minoritários na política americana”, disse.
“Minha investigação reuniu provas concretas para mostrar que quando comunidades historicamente marginalizadas ganham uma voz significativa nos corredores do poder, isso sinaliza uma porta aberta onde antes muitos viam apenas barreiras. E isso, por sua vez, fortalece a nossa democracia”, afirmou Claudine Gay no artigo.
Em um tom de despedida, a ex-presidente enfatizou a importância de manter o ambiente universitário como um local de aprendizado colaborativo, resistindo a batalhas políticas e promovendo um espaço de crescimento conjunto entre estudantes: “Os campi universitários no nosso país devem continuar a ser locais onde os estudantes possam aprender, partilhar e crescer juntos, e não espaços onde se enraízem batalhas por procuração e arrogância política”, afirmou Gay.
Ao defender seu trabalho como pesquisadora, Claudine conta: “Ao longo deste trabalho, fiz perguntas que não haviam sido feitas, utilizei métodos de pesquisa quantitativa de ponta e estabeleci uma nova compreensão da representação na política americana. Este trabalho foi publicado nas principais revistas de ciência política do país e gerou pesquisas importantes por outros estudiosos.
Ela também destaca que nunca imaginou que fosse necessário defender décadas de trabalho realizado: “Aqueles que fizeram campanha incansável para me expulsar desde a queda muitas vezes traficaram mentiras e insultos ad hominem, e não argumentos fundamentados”. Além disso, Claudine também pontuou a questão racial que envolveu a campanha contra sua permanência na presidência de Harvard: “Eles reciclaram estereótipos raciais desgastados sobre o talento e o temperamento dos negros. Eles promoveram uma falsa narrativa de indiferença e incompetência”.
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