Fundada em 2015, a MOOC (Movimento Observador Criativo) , primeiro ecossistema de negócios criativos formado por profissionais negros no Brasil, cresceu, floresceu e consolidou-se como uma força de impulso para a representatividade e a autenticidade em diversos setores. Agora, em 2023, a vertical de comunicação passa a se denominar KeLe ag, sob a diretoria de Kevin David e Levis Novaes.
A mudança ocorre com o rebranding da antiga MOOC agency que agora existe somente como KeLe ag, mas o coletivista ecossistema MOOC segue existindo. Agora, com duas vertentes de negócios: KeLe ag, agência criativa parte da FLACGX, e a MOOC Studio, produtora audiovisual parte da CINE.
Nos últimos 3 anos, a KeLe foi responsável por trabalhos com grandes marcas, como Levi ‘s Brasil, Coca-Cola (Chás Leão), Nike, Dove e Nubank. Através de uma abordagem personalizada, a agência continuará com a sua curadoria proprietária, promovendo diálogos marcantes e com extrema relevância cultural.
Em entrevista para o MUNDO NEGRO, Levis Novaes explica o motivo do rebranding. “O MOOC cresceu e se tornou um ecossistema criativo. Nos últimos 3 anos, já vínhamos operando pelas principais unidades de negócio: a produtora audiovisual (MOOC Studios) e a agência criativa (MOOC Agency)”, diz ele. “Quando pensamos em termos de modelos de negócio, cada uma das verticais passou a ser desenhada em estruturas que possibilitem a constante expansão. Fugir de modelos engessados nos permite inovar. A ideia é que não restem mais dúvidas sobre a atuação específica de cada uma das unidades de negócio, assim como, a definição sobre os produtos e os serviços que são entregues”.
De 2015 pra cá, muita coisa mudou no mercado criativo. Levis conta que o maior desafio era fazer com que profissionais negros fossem protagonistas de suas próprias histórias. “Marcar essa presença [negra] tanto em campanhas quanto dentro das estruturas de grandes marcas, agências, produtoras, ou até no desenvolvimento de seus negócios independentes. O MOOC acabou sendo pioneiro em diversas frentes dentro do mercado”, destaca o profissional. “Até chegar no desenvolvimento da KELE AG., como um modelo de negócios tão estruturado, nós tivemos que aprender a negociar, desenvolver e entregar com excelência, isso faz toda a diferença. Ensinamos para o mercado que profissionais negros desenvolvem projetos sobre todos tipos de assuntos e não apenas os padrões pressupostos. Já fomos subestimados, mas o melhor de tudo é ter conhecimento da potência do que estávamos realizando e agora vemos os frutos do movimento que começamos espalhados por todos os lugares”.
A MOOC já foi reconhecida pela indicação em Serviços de Marketing no Prêmio Caboré, na participação da edição Afrofuturo da Forbes Brasil e na GQ Brasil, como um dos 10 empreendimentos que melhor utilizam a tecnologia e a responsabilidade com o planeta como ferramenta nos negócios. Além de cases premiados com Emmy Awards, Effie Awards, Cannes Lions e Festival Clube de Criação. Ao MUNDO NEGRO, Levis também destaca o impacto da MOOC no cenário brasileiro, citando com o orgulho o trabalho de reivindicação de pessoas reais em campanhas publicitárias, equipes proporcionais na moda, sets de produção e agências de publicidade ou ainda a reconfiguração do imaginário e o direito de pessoas pretas falarem sobre todo tipo de assunto em todos os lugares.
Novembro é sempre um mês agitado para a publicidade negra. Levis conta que esse mercado vem crescendo significativamente nos últimos anos e essa movimentação acompanha a maior presença de profissionais negros pensando e criando estratégias de campanha. “A economia criativa negra é uma expressão cultural e econômica em larga escala”, diz ele. “Algumas marcas em diferentes etapas do processo, algumas com a pauta mais avançada no assunto e outras que estão começando. O principal ponto é entender que deve sim existir um forte investimento em Novembro, mas também precisa-se de uma inteligência para a aplicação de mais recursos distribuídos em um calendário anual trazendo retorno de investimentos significativos”.