Ubiratan Amorim, dono de um estúdio de tatuagem renomado em Anália Franco, São Paulo, relatou que seu visto para os Estados Unidos foi negado três vezes por racismo. Ele contou que sua mulher, que é branca, teve um tratamento diferente.
“Eu sou negro. Tenho um visual black. Eles nem olham na minha cara. Senti que há muito preconceito”, denunciou o Amorim.
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Segundo o tatuador, ele teria tentado tirar seu visto desde o começo do ano em três estados diferentes e todos foram negados. “Na primeira vez, tentamos em Recife. Na segunda, em São Paulo e, agora, em Brasília. A funcionária que nos atendeu nem olhava para mim. Olhava apenas para a minha esposa, que é branca”, disse Amorim.
Já segundo as informações oficiais, ele teria sido rejeitado por “falta de vínculos” com o Brasil, mesmo sendo dono de um estúdio de tatuagem. “Tenho três carros no meu nome no Brasil, um imóvel e um contrato de 10 anos para o funcionamento do meu estúdio de tatuagem. Também tenho uma construtora em São Paulo, que tem terrenos, casas no nome da empresa. Levei comprovante de propriedade de um apartamento que eu tenho, mas eles não pediram nenhum documento. Eu fico sem entender. Nas três vezes, ele só entregaram um papel dizendo que o visto tinha sido negado”, disse o empresário.
Ele iria para a Disney com sua mulher, e suas filhas, mas por conta dos transtornos terão que mudar os planos.
Em nota divulgada ao Site Mundo Negro, a Embaixada e Consulado dos EUA no Brasil, diz que a Lei de Privacidade dos Estados Unidos os impede de revelar informações sobre casos específicos de visto. “Mas podemos garantir que nossos oficiais consulares são altamente treinados para tratar todos os solicitantes de visto de forma respeitosa e igualitária. A diversidade e a inclusão são uma prioridade para todas as nossas embaixadas e consulados ao redor do mundo e são exercidas em todos as áreas de nosso trabalho”.
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