A cantora e empresária Preta Gil concedeu uma entrevista à revista Marie Claire, na qual compartilhou detalhes sobre sua batalha contra o câncer e as transformações profundas que tem vivenciado. Diagnosticada com câncer colorretal no início deste ano, Preta enfrentou complicações, incluindo uma septicemia, mas mostrou sua força e determinação ao remodelar sua visão sobre a vida e tomar decisões corajosas, como encerrar seu casamento de oito anos com Rodrigo Godoy.
Durante a entrevista, realizada em São Paulo, onde está passando por tratamento, Preta discutiu abertamente sobre a morte, um assunto tabu na sociedade ocidental. Inspirada pelas conversas sinceras com seu pai, o músico Gilberto Gil, ela contou que passou a encarar a finitude de uma forma mais natural. “A morte não me assusta mais. Tenho encarado a finitude de uma forma mais natural e me sinto preparada para o que possa acontecer”, afirmou.
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A cantora compartilhou suas experiências com o tratamento do câncer, explicando a mudança de planos e a decisão de buscar um tratamento mais específico em São Paulo e explicou que a escolha do cirurgião foi decisiva para esta nova fase. “Cheguei aqui e me apresentaram outra realidade. A escolha do cirurgião foi decisiva também. Então vou seguir a radioterapia até a cirurgia, e depois entender o desdobramento, porque tudo pode acontecer, inclusive ter que voltar à quimioterapia”, explicou ela.
Além da luta contra o câncer, Preta também falou a questão do machismo relacionado à separação conjugal durante o tratamento oncológico. “Essa foi uma escolha minha. O relacionamento já estava em declínio, e o machismo associado a isso é algo que precisa ser questionado. Valorizar o cuidado e o apoio de outras pessoas é fundamental nesse processo”.
Ao longo de sua carreira, Preta Gil sempre esteve envolvida com ativismo, lutando por diversas causas e sendo uma voz importante para promover discussões na sociedade. “Ao defender a minha existência como uma mulher gorda, bissexual, preta, isso há tantos anos, quando nada desses assuntos era pauta ainda, coloquei meu corpo a esse serviço. Agora vou falar sobre me curar de um câncer, sobre tratamento, autocuidado. É por isso que estou dando esta entrevista”, ressaltou.
“Sempre fui vidraça. Racismo, homofobia, todos esses preconceitos cansam, ferem. Mas, quando a vida está no limiar, é outro rolê. E não se trata de mim, que tenho uma vida de privilégios. Tem gente na fila do SUS esperando um exame de colonoscopia há um ano. E então morre.”, lembrou.
Com milhões de seguidores em suas redes sociais, Preta aproveita sua plataforma para conscientizar o público sobre a importância de buscar ajuda médica, compartilhando sua experiência e encorajando as pessoas a cuidarem de sua saúde de maneira preventiva. Ela se comprometeu a direcionar sua energia e recursos para a causa da saúde intestinal após sua recuperação, visando criar uma fundação e otimizar processos nessa área.
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