Na última quarta-feira (29), quilombolas do Quilombo de Vista Alegre, localizado em Alcântara, no Maranhão, foram alvos de uma tentativa de despejo por agentes da aeronáutica e do batalhão de choque. Famílias que vivem há cerca de 40 anos no local denunciaram a ação violenta dos agentes do governo que tentam tomar as terras há anos.
De acordo com os quilombolas, foram utilizadas bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra idosos, mulheres e crianças que também ficaram feridas durante o confronto. Eles também denunciam que nenhum órgão de Direitos Humanos foi ao local para prestar solidariedade ou intermediar a situação.
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Orlando Rodrigues Costa, morador do Quilombo, contou que durante o confronto com os agentes foi atingido em dois lugares e que sua neta foi atingida na testa por uma bala de borracha. “Na hora eles nos confrontaram com bala de borracha, com bomba de gás”, contou ele. “A gente ficou muito prejudicado. Eu fui baleado em dois lugares, a minha neta na testa, meu genro na perna, meu irmão no braço”, denunciou ele.
O presidente do partido Unidade Popular, Léo Péricles, também denunciou o caso em suas redes sociais, compartilhando uma série de fotos e vídeos da ação violenta ocorrida na última quarta e de depoimentos de moradores do quilombo de Vista Alegre.
Em nota, a Associação do Território Étnico Quilombola de Alcântara, onde está localizada a comunidade de Vista Alegre, junto com outros movimentos ligados ao quilombo, afirma que pode “adotar medidas”para “responsabilizar órgãos e agentes omissos”: “não descartamos ainda a possiblidade de adotar as medidas judiciais para responsabilizar os órgãos e agentes públicos omissos, uma vez que a ação resultou em violações a direitos e garantias fundamentais de toda a comunidade, extrapolando os limites do empreendimento”.
De acordo com a nota emitida, a ação de reintegração de posse é direcionada contra um pequeno restaurante privado que pertence a um morador do quilombo e é demandada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). A nota diz ainda que “a comunidade está no centro de uma disputa histórica com os militares da Força Aérea Brasileira lotados no CLA, que ilegalmente sustentam serem proprietários da área”.
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