De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 95% dos escravizados resgatados na produção de vinho em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, se declaram negros (64% pardos e 31%, pretos) e 93% nasceram na Bahia. Todos são homens, sendo 56% com idades entre 18 e 29 anos, e 61% não concluíram o ensino fundamental ou são analfabetos.
As informações obtidas pelo blog do Leonardo Sakamoto no UOL são do Ministério, extraídas das guias de seguro-desemprego, que são preenchidas com informações fornecidas pelas próprias vítimas.
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Os 207 trabalhadores resgatados no final do mês de fevereiro da empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio a Gestão de Saúde LTDA, responsável pela terceirização das vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi, sofreram agressões constantes.
Segundo documentos que o jornal O Globo teve acesso, uma das vítimas relatou em depoimento para o Ministério Público do Trabalho (MPT), ter escutado uma ordem de “matar os trabalhadores baianos”. Um dia antes de fugir, ele foi encurralado por quatro seguranças, que o espancaram com cabo de vassoura, usaram spray de pimenta e o morderam.
Um trabalhador gaúcho, em entrevista ao UOL Tab, também afirma que os baianos eram os que mais sofriam agressões. “Eles apanhavam bastante. Qualquer coisa que estivesse errada, apanhava. Nós do Sul não apanhávamos”.
Na semana passada, a empresa recusou a proposta de indenização do MPT no valor de R$600 mil para as vítimas. e voltará a se reunir, junto com os representantes das vinícolas, para a assinatura de um acordo.
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