(Texto: Divulgação)
Um dia inteiro de atividades e atrações musicais promovidas por pretos, em prol da música preta. Se ainda é preciso provar o motivo pelo qual a música negra é negra, esta é a missão do Festival Afro Music SP, que terá sua edição de estreia no próximo sábado, 27.
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O encontro, dedicado àqueles que reconhecem a colaboração das notas e figuras rítmicas herdadas do continente irmão, África, para o mundo, trás shows de 8 artistas da cena contemporânea independente paulistana.
O objetivo a médio prazo é ganhar a adesão de mais Estados do país, afinal, enquanto há um enorme Brasil negro a ser explorado, há também uma imprensa “clara” sem muita disposição a abrir novos espaços para as produções de artistas negros contrários às tendências ditadas pelo showbiz, como explica Hever Alves, idealizador do projeto. “Mesmo meios independentes de comunicação se mantém geridos por produtores e formadores de opinião brancos. Isso cria um déficit na produção preta. Insisto que o que faltam são recursos para as produções negras, não engajamento”, salienta.
Para o ativista, a população preta perdeu o protagonismo das vertentes musicais assinadas por seus antepassados quando subjugada à escravidão. “A indústria musical foi instaurada aos moldes do sistema capitalista, quando já existia um cenário formatado pela mentalidade colonizadora que ao mesmo tempo em que nega as orientações de origem afro, as vendem de forma genérica quando executadas pelo branco”, analisa.
O produtor reitera a necessidade da criação de mecanismos que estimulem o avanço da comunidade negra para outras esferas da arquitetura social. “Fará parte do processo do povo preto enquanto sujeito de sua própria libertação, a formação de uma unidade que envolva áreas da música, artes em geral, educação e comunicação como processo natural que possibilite o debate sobre o modelo acostumado a separar”, finaliza.
Dentre os destaques da programação, que vai do rap ao jazz, estão o coletivo Senzala Hi Tech, o duo de música experimental Rádio Diáspora formado pelo trompetista e o baterista Rômulo Alexis e Wagner Ramos (com a participação do vocalista Ba Kimbuta), o bloco afro afirmativo Ilu Inã e ainda a estreia de um artista revelação.
O evento, gratuito, é produzido de forma independente e contará com a colaboração do público como forma de fortalecimento da iniciativa.
Mais informações na página do evento no Facebook. (clique aqui)
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