Um evento que une sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. Esse é o mote da quarta edição do Primaveras Periféricas, do Sesc Itaquera, zona leste de São Paulo, que encerra neste final de semana. No centro da discussão está a periferia como contexto social – não só geográfico – e as inúmeras possibilidades de criação de significados e sobreposições que determinam a periferia e o sujeito periférico na sua relação com a paisagem em transformação.
Nos dias 16, 17 e 18 de setembro, a unidade continua expondo projetos, iniciativas, ativismos e insurgências que versam sobre o florescer na sociedade e na natureza. Sob a temática (Re)viver tradições, a programação principal reúne 15 iniciativas em uma mostra de produtos e boas práticas socioambientais associadas aos conhecimentos culturais dessas comunidades. A exposição é montada na sede social da unidade e visa a valorização dos modos de vida das comunidades tradicionais e povos originários.
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A chef e colunista do Site Mundo Negro Aline Chermoula, ensinará a Culinária Afrodiaspórica no domingo (18), das 14h às 16h. Ela irá ensinar a receita de Moamba de galinha, utilizando técnicas e ingredientes como galinha d’angola, dendê, coentro e muitos outros e também haverá degustação. Com classificação livre, a distribuição de ingressos começará 30 minutos antes, na Central de Atendimento.
Aline Chermoula é professora e pesquisadora da cozinha ancestral afrodiaspórica, chef proprietária da Chermoula Cultura Culinária, professora na Gastromotiva. Há 20 anos, trabalha com alimentação e há 13, pesquisa sobre cultura afro-americana. Sua luta é pela valorização da contribuição da cultura culinária dos pretos na formação da cozinha brasileira.
Completam a programação, shows, espetáculos de teatro e dança, música, meio ambiente e tecnologias e artes, bate-papos, vivências nas áreas verdes da unidade, trilhas e passeios turísticos. E, ainda, sessões de contação de histórias, encontros de capoeira e práticas corporais e esportivas.
Outros destaques da programação:
Show: Samba de Coco Raízes de Arcoverde apresenta Caravana não morreu. O grupo vem florindo os palcos do mundo com suas saias Godê Pavão. Formado em 1992 por mestre Lula Calixto e pelas famílias Gomes e irmãs Lopes, passou a ser conhecido do público a partir de 1996, quando rompeu as barreiras da pequena cidade de Arcoverde, em Pernambuco, e se apresentou pelo Brasil afora, em países como: Alemanha, Bélgica, Itália, Noruega e França.
Teatro: Florilégio é um espetáculo que parte do território do real, ancestral e dos sonhos, em um espaço/tempo que nos aproxima de pessoas e histórias. Entre poesias, músicas, danças, lutas, mas também entre encontros e desencontros próprios de nosso tempo, transita por narrativas que envolvem a construção de uma comunidade, em torno dos sentidos do esperançar, inspiração vinda do educador Paulo Freire. Com o Grupo Pombas Urbanas. Dia 17/9, sábado, das 19h às 20h. Gratuito. Classificação livre.
Literatura: O escritor e músico Cristino Wapichanaonvida convida o público a conhecer, por meio de uma narrativa lírica, as histórias de seus mais recentes livros, Tomoromu: a árvore do mundo e Chuva Gente!, baseadas nos mitos de seus ancestrais, o povo indígena Wapichana. Dia 17/9, sábado, às 15h. Gratuito.
Bate-papo: Uma roda de conversa com música e reflexões sobre a formação do território nacional brasileiro vai reunir Antônio Bispo dos Santos, o Nêgo Bispo, quilombola piauiense integrante da rede de mestres e docentes da Universidade de Brasília (UnB) e militante político nas lutas sociais e pelo direito a terra, e a pedagoga Jerá Guarani, agricultora e liderança Guarani Mbya da Terra Indígena Tenondé Porã e que foi professora e diretora da Escola Estadual Indígena. Um debate guiado por representantes de povos originários e povos tradicionais que sofreram com as primeiras ações colonizadoras. Vozes da Terra: Contracolonialidades e horizontes possíveis tem mediação cantada de Maíra da Rosa, do Samba de Dandara. Dia 17/9, sábado, 16h30. Gratuito. Classificação livre.
Alimentação: A líder indígena Jera Tenondé Porã, da Terra Indígena Tenondé Porã, no extremo sul de São Paulo, apresenta as variedades de milhos produzidos pela sua comunidade e comenta sobre as práticas alimentares e culturais de seu povo na aula Culinária Guarani. Dia 16/9, sexta, das 10h às 12h. Gratuito. Distribuição de ingressos 30 minutos antes, na Central de Atendimento. Classificação livre.
Vivência/Meio ambiente: Reencontrando as águas convida o público a refletir sobre o uso da água enquanto recurso natural e elemento fundamental para a vida. Caminhando pelas alamedas do Sesc Itaquera, a atividade busca sensibilizar sobre uso e conservação da água, a partir das relações culturais, simbólicas e espirituais desse elemento com os povos tradicionais brasileiros. Com Poliniza Ações para Sustentabilidade. Dia 17/9, sábados, das 16h às 17h30; 16/9, sexta, das 10h às 11h30. Não recomendado para menores de 10 anos. Grátis.
Turismo: Tem o passeio de um dia na comunidade indígena Guarani do Rio Silveiras, em Bertioga, no litoral paulista. A imersão pela rica cultura, tradições e costumes que se destaca no vocabulário, na língua, na culinária e até mesmo em certos hábitos comuns, visa desconstruir o olhar por vezes distorcido que chega até o público. Dia 17/9, sábado, das 7h às 19h. Saída do Sesc Itaquera. Classificação livre. Ingressos de R$ 60,00 a R$ 90,00. 30 vagas – ingressos esgotados. Lista de espera.
Esporte e atividade física: Para quem gosta de exercitar o corpo, tem o Passeio Ciclístico Histórico pelo bairro de São Miguel Paulista. O objetivo é incentivar o cicloturismo de base comunitária e o resgate da história e da memória coletiva sobre os bairros da zona leste da capital, sob o ponto de vista das comunidades tradicionais e povos originários. Dia 18/9, domingo, às 9h. 240 minutos. Gratuito. Não recomendado para menores de 18 anos.
Tecnologia e artes: Capuêra Angola Pequena, Filha da Natureza, é uma oficina de construção de instrumentos e vivência de capoeira. A proposta traz muitos elementos da natureza, como os movimentos do mar, da onda, coqueiros, bananeira, macaco, cachorro, aranha e até mesmo o jacaré. A atividade apresenta riquíssimas músicas do domínio público deixadas ao longo dos anos pelos ancestrais, músicas compostas pelo próprio coletivo, além dos instrumentos: berimbau, pandeiro, reco-reco, agogô, atabaque. Dia 18/09, às 10h30. Gratuito.
A programação completa da quarta edição do Primaveras Periféricas está disponível no site: clique aqui.
Serviço
4ª Primaveras Periféricas – (Re)viver tradições
Quando: 16, 17 e 18 de setembro
Onde: Sesc Itaquera
Endereço: Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 – Itaquera, São Paulo – SP.
Horário de funcionamento da unidade: quarta a domingo e feriados, das 9h às 17h –excepcionalmente nos dias 10 e 17 de setembro, com funcionamento estendido até as 21h por conta do Primaveras Periféricas.
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