A jornalista baiana Rita Batista faz parte do novo time de apresentadores do programa É de Casa que assume o matinal neste sábado (9). Apesar de já fazer parte do programa em entrevistas e quadros específicos, ela agora vem para o estúdio, ao lado de Maria Beltrão, Thiago Oliveira e Talitha Morete.
Com quase 20 anos de carreira no jornalismo, Rita estreou na televisão em 2005 e já passou pela TV Aratu, TVE Bahia, GNT e Band. Desde 2020 ela faz parte do corpo de repórteres de programas das manhãs da TV Globo. Para ela, além de uma nova etapa profissional, estar nesse lugar de apresentadora também tem forte papel de representatividade. “Vir pro estúdio também é trazer para o protagonismo uma boa parte da população brasileira que se autodeclara preta”, disse a jornalista em entrevista à editora-chefe do MUNDO NEGRO, Silvia Nascimento.
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Confira a entrevista completa:
Você já fazia parte do programa. O que seus seguidores podem esperar agora dessa nova versão do É de casa, sobretudo no que diz respeito à sua presença.
Vai ser odara ,levo as minhas impressões sobre os assuntos e tenho mais tempo para trocar com o público e com os meus colegas. O que ás vezes não dava para fazer nos links ao vivo. Vir pro estúdio também é trazer para o protagonismo uma boa parte da população brasileira que se autodeclara preta. A base da pirâmide representada no topo da cadeia televisiva, da maior empresa de comunicação da América Latina
Além da sua presença nas telas, você também participa na decisão das pautas?
Sim, todos nós sugerimos, apuramos, vendemos (no jargão jornalístico), isso desde quando era repórter, a diferença agora é que estou mais perto da direção do programa, obviamente pela nova função.
Uma mulher negra em um programa com tanta leveza não é algo que a gente vê sempre. O que você acha desse tipo de representatividade, da normalização de pessoas negras em programas de entretenimento?
Eu acho maravilhoso. Equipes diversas, na frente e atrás das câmeras criam um conteúdo muito mais rico e alinhado com o público. É importantíssimo.
Como é a sua rotina de trabalho e como ela se encaixa na sua vida pessoal? Você é do tipo que gosta de um equilíbrio ou vive mais intensamente?
Rotina: não temos! (risos). Mas a gente vai adequando. Há dias e compromissos que não são passíveis de mudança, como o dia de ensaio, o dia do programa ir ao ar. Durante a semana, agora, como apresentadora, não tenho tanta demanda de gravação e tento me dividir entre SP, minha base, e Salvador, meu chão. É bem animado.
Você acabou de voltar do IVLP nos EUA. O que essa experiência trouxe de positivo para você, no sentido de algo que você sente que vai carregar para sempre?
Que precismos nos organizar. Nós jornalistas negres temos que agrupar nossas ideias, anseios, projetos, puxar pra cima quem está começando a carreira, “sustentar” quem estiver passando por uma dificuldade, repudiar atos racistas na frente e por trás das câmeras. Urge uma Associação Nacional de Jornalistas Pretos.
Quais as dores e delícias de ser uma baiana morando em São Paulo?
Menina, SP comigo sempre foi generosa. É a segunda vez que monto casa na cidade. Gosto dessa coisa da organização, do trabalho, de ter sempre o que fazer, daquele “ o que vc precisa” e do sempre “ bom descanso”. SP é próspera e abundante, combina comigo, que a Bahia já me deu “ régua e compasso”.
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