Recém chegado de Zanzibar, na Tanzânia, onde recebeu o título inédito de Embaixador Cultural da União Africana, o apresentador e escritor Manoel Soares estará presente neste domingo (05), na Livraria da Travessa, do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, para lançamento do seu livro “Para meu amigo branco”. O evento está previsto para iniciar às 16h30, e contará com bate-papo para compartilhar conhecimentos e vivências, além de uma sessão de autógrafos, com participação especial da atriz e apresentadora Fernanda Souza.
Vivendo um momento especial na carreira, o apresentador escreveu o livro destinado para todos que querem se aprofundar na luta antirracista, abordando o tema de forma concisa e ajudando a entender melhor os pontos que precisam ser mudados com urgência. ”Para meu amigo branco” explica de maneira direta muitas implicações que existem, questionando o racismo estruturado e muitos hábitos racistas que temos enraizados, explanando termos recentes e muito utilizados como “branquitude”, “racismo reverso” e “racismo estrutural”.
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Em entrevista ao MUNDO NEGRO, Manoel fala sobre como teve a ideia de escrever o livro. “Um dos meus filhos, apesar da minha mulher também ser uma mulher negra não retinta, nasceu de pele clara e eu estava muito preocupado sobre como meu filho iria ser educado em um mundo em que qualquer pessoa com pele clara tende a se comportar dentro de um padrão racista”.
Por essa razão, no começo do projeto, o livro tinha o título “Para meu filho branco” e tinha sido feito apenas para pessoas próximas.”Nós decidimos colocar ‘Para meu amigo branco’ para ampliar. O objetivo era um livro para amigos, familiares, com uma tiragem pequena. Depois, esses amigos começaram a passar adiante, como é uma das sugestões do livro. A Editora Agir teve acesso ao livro através da Fernanda Souza e eles propõe aí uma edição aberta pra todo mundo”, explica Manoel.
O apresentador também faz uma reflexão sobre as críticas dentro do movimento negro sobre educar pessoas brancas em relação ao racismo. “Eu, particularmente, acho que as pessoas não tem a obrigação de educar, mas aqueles que se sentirem a vontade pra que elas [pessoas brancas] possam proteger as pessoas negras mais próximas, isso eu acho saudável de fazer”.
“O que não podemos é impor as pessoas negras essa condição de ter que educar. Mas aqueles que se verem a vontade de fazer isso, como uma demonstração de afeto para as pessoas brancas e de cuidado para que essas não machuquem pessoas negras, eu acho extremamente saudável”, completa o escritor.
Empolgado com o lançamento do livro, Manoel acredita que esta seja mais uma possibilidade de compreensão ao tema racial. “Não existe uma cartilha definida do que podemos ou não podemos fazer. O Brasil é um país muito jovem, as nossas relações raciais são muito jovens. Tem feridas que ainda doem demais. Esse livro é uma tentativa de usar como arma, o afeto”.
Serviço:
Data: 05/06, a partir das 16h30
Local: Livraria da Travessa – Shopping Leblon – Av. Afrânio de Melo Franco, 290ª / 8tore 205 – Leblon, Rio de Janeiro
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